Explicação:

Considerações Finais

De acordo com Lefebvre (2006), portanto, existe a criação de um espaço social

na rodoviária de Brumadinho, pois ao mesmo tempo que a comunidade vai até o local

para pegar ônibus e se locomover, também vai para fugir da disciplina e montar um local

que está um pouco mais livre de regras repressivas. Isso, representado na obra

“Rodoviária de Brumadinho”, na parede do Inhotim, só pode ser compreendido se

permanecer nesse mesmo instituto museal, como um site specific, ou perderá o sentido.

Já com Rancière (2009), na Partilha do Sensível, é possível observar na dança

do forró, realizada na própria rodoviária de Brumadinho, que existe um local para posição

e movimento dos corpos através de uma arte. Essa dança, comum em Minas Gerais (onde

Brumadinho está situada), está também representada na obra do Inhotim.

O que tanto Lefebvre quanto Rancière explicam, e o que acontece na rodoviária

de Brumadinho, é que a comunidade local encontrou formas de montar um espaço social

igualitário, espontâneo, sem repressão e disciplina da sociedade em si. A obra

“Rodoviária de Brumadinho”, de John Ahearn, expressa essa forma de organização em

um site specific localizado em uma instituição museal na própria cidade.