Qual seria a intenção de sante scaldaferri ao utilizar bonecos de tecido para compor a obra?

1 Resposta

  • Sabrinabrandao

    Biografia
    Sante Scaldaferri (Salvador BA 1928). Pintor, gravador, tapeceiro, ator, cenógrafo, professor. Em 1957 forma-se em pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia - UFBA. Na mesma instituição estuda a técnica de encáustica com Rescála (1910 - 1986) e faz curso livre de gravura com Mario Cravo Júnior (1923). Scaldaferri é responsável pela implantação, em Salvador, dos centros de formação artesanal do Serviço Social do Comércio - Sesc, do Serviço Social da Indústria - Sesi e da Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Em meados da década de 1950 atua como cenógrafo em produções relacionadas ao cinema novo e como ator em filmes de Glauber Rocha (1939 - 1981). No início de sua trajetória artística realiza retratos e pinturas de temática social. Entre 1960 e 1964, é assistente artístico da arquiteta Lina Bo Bardi (1914 - 1992) e professor da Escola da Criança do Museu de Arte da Moderna da Bahia - MAM/BA. O artista cria também vários painéis para espaços públicos localizados principalmente em Salvador. Publica, em 1997, o livro Os Primórdios da Arte Moderna na Bahia, pela Fundação Casa de Jorge Amado. Em 2000 é realizado o vídeo Sante Scaldaferri - A Dramaturgia dos Sertões, com fotografia de Mario Cravo Neto (1947) e direção de Walter Lima, e, em 2001, o vídeo Sante Scaldaferri: Erudito e Popular, com direção de Maria Ester Rabello. Em 2003 é lançado o livro Sante Scaldaferri: Desenhos, pela Fundação Casa de Jorge Amado.

    Comentário Crítico
    Sante Scaldaferri forma-se em pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia em 1957, e, desde aquele período, tem importante atuação no cenário artístico de Salvador. No início de sua trajetória pinta retratos e cenas de cunho social. Desde 1956, o artista incorpora à sua produção imagens de ex-votos, para expressar a fragilidade da condição humana. Em trabalhos mais recentes, acrescenta objetos às pinturas.

    Nas telas Homem Porco ou O Homem-Porco Beija a Mulher Porca (ambas de 1982) trabalha com a figura humana no limite entre o divino e o animal. Seus personagens caricaturais e, até mesmo grotescos, podem ser aproximados tanto de certos vetores do surrealismo quanto da tradição expressionista européia. Nos corpos dos seus personagens, a decadência física parece aliar-se à moral. Seus trabalhos se esforçam para estimular a crítica e a reflexão.

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