TEXTO 2: A função da arte 1 Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que

descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
— Me ajuda a olhar!
GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2002.

QUESTÕES SOBRE O TEXTO 2:
1. O narrador começa falando do personagem Diego e mencionando o nome de seu pai, Santiago Kovadloff. Quem seria essa pessoa? Por que razão o escritor citou o nome do pai de Diego quando poderia simplesmente ter escrito “O pai levou-o”?
2. Qual foi a reação do menino ao ver o mar?
3. Como você entende a frase: “Me ajuda a olhar!”?
4. Qual é a relação do texto com a capacidade de ler o mundo?
5. O que pode contribuir para ampliar nossa percepção sobre os diferentes acontecimentos do mundo que nos rodeia?
6. O que significa ler o mundo e como isso pode nos ajudar no cotidiano?

TEXTO 3: A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana
Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. Petrópolis: Vozes, 2017. p. 13
TEXTO 4: A memória vegetal: e outros escritos de bibliofilia
Os livros existem desde antes da imprensa, embora no início tivessem a forma de um rolo e só aos poucos tenham ficado mais semelhantes ao objeto que conhecemos. O livro, sob qualquer forma, permitiu que a escrita se personalizasse: representava uma porção de memória, até coletiva, mas selecionada segundo uma perspectiva pessoal. Diante dos obeliscos, estelas, tábuas, ou de epígrafes em pedras tumulares, procuramos decifrá-los; ou seja, trata-se de conhecer o alfabeto usado e de saber quais eram as informações essenciais ali transmitidas: aqui está sepultado fulano, este ano produziram-se tantos feixes de espigas, tais países e tais outros foram conquistados por este senhor. Não nos perguntamos quem estilou ou gravou. Diante do livro, em contraposição, procuramos uma pessoa, um modo individual de ver as coisas. Não procuramos apenas decifrar, mas também interpretar um pensamento, uma intenção. Em busca de uma intenção, interroga-se um texto, do qual se podem até fazer leituras diferentes. […]
ECO, Umberto. A memória vegetal: e outros escritos de bibliofilia. Rio de Janeiro: Record, 2010. p. 15.
QUESTÕES SOBRE OS TEXTOS 3 E 4
1. No primeiro texto, Leonardo Boff apresenta a leitura como uma experiência social integrada a um contexto. Você concorda com essa visão? Justifique.

2. No segundo texto, Umberto Eco aponta a diferença entre a escrita e a leitura. Que frases do texto expressam essas ideias?

1 Resposta

  • Gustavopierro

    A Arte Conceitual é um movimento que compreende que a ideia por traz de uma obra é mais importante que sua aparência ou as ferramentas que a compõem. O conceitualismo defende que uma obra de arte deve, antes de tudo, causar reflexões, provocações e questionamentos no espectador.

    Explicação:

Clique aqui para adicionar a sua resposta.