A norma tradicional da língua portuguesa estipula que o verbo “namorar” é transitivo direto, devendo

aparecer em enunciados como “Pedro namora Maria”. Mas, no dia a dia, é comum o uso da preposição “com” regendo o verbo: “Pedro namora com Maria”. A seguir, constam possíveis explicações para essa variação na transitividade do verbo “namorar”. A única explicação que não condiz com a regra é: O verbo 'namorar' pertence ao mesmo campo semântico de verbos como 'noivar' e 'casar', os quais são regidos pela preposição 'com': 'Eu noivei com Pedro'; 'Maria casa com Pedro no mês que vem'. Por analogia com esses dois verbos, muitos falantes tomam como normal a construção 'Pedro namora com Maria'.
Um dos sentidos expressos pela preposição 'com' é o sentido de 'companhia'. Como não se namora sozinho, muitos falantes podem entender que a preposição 'com' é apropriada na regência de 'namorar'.
Também se usa o verbo 'namorar' para expressar 'desejo por algo': 'Estou namorando aquele abajur há algum tempo'. Para diferenciar os dois sentidos do verbo 'namorar', muitos falantes adotam a conjunção 'com' quando o verbo indica 'estar em um relacionamento amoroso'.
Os mesmos processos de variação que ocorrem em 'namorar com' também ocorrem em construções como 'Pedro enamorou-se de Maria'.
Namorado(a) é a pessoa com quem se namora. Similarmente, muitos falantes podem entender que, por envolver a relação amorosa de pessoas, o modo direto do verbo 'namorar' pede a preposição 'com', assim como ocorre no modo reflexivo ('se namora').

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