REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS Problematização: Os elementos patrimoniais e de resultado são

evidenciados fidedignamente nas
demonstrações contábeis?
Significação: As informações geradas pela contabilidade contemplam uma série de usuários distintos, tanto
internos quanto externos. Para que tais informações sejam produzidas, os elaboradores das demonstrações
contábeis seguem uma série de normas influenciadas por princípios contábeis. Nesse sentido, a Lei nº
11.638/2007 introduziu várias mudanças na Lei nº 6.404/1976, favorecendo o processo de convergência das
normas brasileiras às normas internacionais (BEZERRA; GALLON; DE LUCA, 2014).
Experimentação: Leal, Vasconcelos e Araújo (2010) salientam que “uma das alterações refere-se à extinção da
reavaliação de ativos e à inserção do teste de recuperabilidade (impairment test), demonstrando a
importância do propósito de deixar os ativos registrados aos limites dos valores correspondentes ao seu
retorno econômico”.
Você já realizou um teste de recuperabilidade? Já viu algum reflexo do teste no balanço patrimonial de
alguma entidade?
Reflexão: “a mensuração de ativos é um dos complexos procedimentos da atividade contábil e um dos
pontos de sustentação da confiabilidade da informação” (LUCENA et al., 2009). Assim, pode-se dizer que a
eficácia do CPC 01 depende diretamente da confiabilidade das demonstrações, já que para assegurar
informações fidedignas, as entidades precisam registrar os seus ativos pelo valor real das expectativas de
benefícios futuros.
Conceitualização: O assunto é abordado em profundidade no Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao
Valor Recuperável de Ativos –, de 2007, modificado pelo CPC 01(R1), de 2010, aprovado pela Deliberação
CVM nº 639/2010 – com o objetivo de alinhar o padrão contábil brasileiro à norma internacional IAS 36, que
determina procedimentos a serem realizados pelas entidades para garantir que seus ativos sejam registrados
contabilmente por valores nunca maiores que aos respectivos valores de recuperação (BEZERRA; GALLON;
DE LUCA, 2014).

Ação/Avaliação: A empresa Trópicos S/A. é uma indústria de confecções situada no interior do estado. Ela
produz uniformes profissionais e esportivos, mas a sua principal fonte de receita é a produção e venda de
uniformes escolares para prefeituras.

Segue a parte relativa ao imobilizado no balanço patrimonial em 31/12/2019 (em reais):
Ativo não circulante
Imobilizado
Passadeira 300.000,00
(-) depreciação acumulada (120.000,00)
Cortadeira 680.000,00
(-) depreciação acumulada (18.888.89)
(-) perda por desvalorização(10.000,00)
Sabe-se que em 2020 a empresa adquiriu a máquina de estamparia pelo valor de R$ 730.000,00 e teve que
arcar com adequações para instalação no valor de R$ 20.000,00.
No ano de 2020, a empresa teve sérios danos causados por chuva excessivamente forte, o que gerou
indícios de que seus ativos imobilizados precisariam passar pelo impaiment test.
Seguem dados adicionais para cada imobilizado:
Passadeira:
O bem foi adquirido em 01/01/2019.
Depreciação em até 4 anos seguindo o método decrescente de soma dos dígitos.
O valor residual estimado é zero.
Em caso de venda, o valor estimado é de R$ 85.000,00 e não haveria despesas na alienação do bem.
Caso a empresa siga usando o imobilizado, é estimado que os fluxos de caixa futuros sejam:
2021: R$ 64.000,00.
2022: R$ 25.000,00.
Cortadeira:
O bem foi adquirido em 01/11/2018 e estava pronto para uso em 01/01/2019.
Depreciação em até 8 anos seguindo o método crescente de soma dos dígitos.
O valor residual estimado é zero.
Em caso de venda, o valor estimado é de R$ 640.000, mas incorrerá em despesas no total de R$ 40.000,00.
Caso a empresa siga usando o imobilizado, é estimado que os fluxos de caixa futuros sejam:
2021: R$ 410.000,00
2022: R$ 240.000,00.
Máquina de estamparia:
O bem foi adquirido em 01/04/2020 e estava pronto para uso em 01/05/2020.
Depreciação em até 10 anos pelo método linear.
O valor residual estimado é zero.
Em caso de venda, o valor estimado é de R$ 710.000,00, mas incorrerá em despesas no total de R$
10.000,00.
Caso a empresa siga usando o imobilizado, é estimado que os fluxos de caixa futuros sejam:
2021: R$ 400.000,00.
2022: R$ 350.000,00.
Sabe-se que a taxa de desconto que representava avaliações de mercado sobre o valor do dinheiro no
tempo e dos riscos específicos destes imobilizados foi de 5% ao ano.
Diante das informações fornecidas, e seguindo os CPCs 27 – Ativo Imobilizado e o 01 (R1) - Redução ao
Valor Recuperável de Ativos, apure a depreciação acumulada de cada imobilizado no ano de 2020 e aplique
o teste de recuperabilidade. Quando houver perda, faça a contabilização da mesma. Após realizar os
cálculos, registre a parte do imobilizado no balanço patrimonial referente a 31/12/2020 (conforme o exemplo do ano de 2019)

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