A afirmação de Hannah Arendt tem como reflexão o comportamento das pessoas quando o assunto é cultura. Cultura aqui não é somente o conhecimento, o estudo mas a própria análise dos impactos causados por políticas mercantilistas que reproduzem a necessidade do consumo de supérfluos e esses supérfluos sobreporem o caráter analítico e crítico dos problemas presentes na sociedade capitalista.

A sociedade de massas não se pergunta o por quê fazer todos os sacrifícios possíveis seja para acompanhar o time de futebol à final de um torneio internacional ou assistir a um show de uma boy band asiática ou algum (alguma) MC mas se pergunta por qual razão devemos nos preocupar com a desigualdade social no Brasil e em alguns casos, termina a discussão com frase como "Isso não é meu problema" ou "Que eu posso fazer? É assim e sempre será assim e não mudará se eu me preocupar ou não!".

Enquanto isso, os orgãos reguladores do Poder e operadores da política maquinam suas "mudanças" enquanto que a Massa segue encantada com aquilo que não é dela, ou seja, uma pessoa que vende até a casa onde mora para viajar para o Japão e ver o time campeão do Mundial de Clubes da Fifa se sacrifica somente pela sensação de sentir orgulhoso quando na verdade, quem ganhou foi a instituição e seus funcionários excluindo essa pessoa dos ganhos. Arendt diz então que essa atitude é o mais fiel retrato da alienação social que a Massa vive, sobretudo quando a Massa acredita que sua "salvação" ou seu momento de ócio será suprido pelo consumo daquilo em que ela mais se apega.

Espero ter ajudado! :)