Epicurismo e Estoicismo A filosofia grega era uma filosofia moral. Isso significa que ela estava preocupada

com aquilo que é certo ou errado. Ou, mais precisamente, que ela estava preocupada com o que é uma vida boa. E, vivendo uma vida boa, o homem seria feliz.
E, embora o Aristóteles já tratasse dessas ideias de felicidade e de vida boa, as duas filosofias morais que mais se difundiram a partir da Grécia antiga foram o epicurismo e o estoicismo.
Podemos dizer que o estoicismo e o epicurismo eram filosofias morais que se preocupavam com a forma como o prazer se relaciona com a moralidade. E, por prazer, nós devemos compreender todas as coisas que nos fazem sentir bem.
Quando falamos em sentir-se bem, falamos daquilo que os gregos chamavam de “ataraxia”. “Ataraxia” é uma palavra grega que significa ausência de perturbação. O objetivo era que o homem não ficasse perturbado e, assim, ele ficaria feliz.
Então, tanto o epicurismo quanto o estoicismo procuravam essa ausência de perturbação, a ataraxia. Mas eles faziam isso por caminhos diferentes.
O epicurismo foi uma escola filosófica fundada, como o próprio nome já diz, por Epicuro (341 – 271 ou 270 a. C.). Além de se preocuparem com a ausência de perturbação, os epicureus também se preocupavam com algo chamado de “aponia”. “Aponia” significa ausência de dor. Ou seja, eles entendiam que os homens somente encontrariam sossego se encontrassem também a ausência de dor.
O epicurismo é uma filosofia do prazer. Mas ele não pode ser considerado uma busca irrestrita do prazer, como é o hedonismo. O hedonismo ensina que você deve buscar todos os prazeres possíveis. O hedonismo, e não o epicurismo, é o que está por trás do consumismo da nossa época.
Uma coisa importante de saber é que o Epicuro, e os seus seguidores, eram materialistas. E materialista, aqui, não significa consumista. Significa que eles não acreditavam num plano metafísico (ou seja, eram “antimetafísicos”). Ou, melhor, o Epicuro dizia que os deuses, se existem, não se preocupam com os mortais.
De forma bastante oposta ao epicurismo, o estoicismo defendia a busca da felicidade, a ataraxia, a vida sossegada, por meio da eliminação dos prazeres.
Ao contrário do epicurismo, que era materialista e não acreditava na metafísica, o estoicismo, fundado por Zenão de Cítio (333 – 263 a. C.), era metafísico: ele acreditava que o universo tem uma ordem, e esta ordem é mantida por um logos divino, por uma racionalidade divina.
O estoicismo, então, tem uma base determinista. Mas é um determinismo metafísico. É diferente do determinismo marxista, que é antimetafísico ou materialista. Então o Marx era materialista, como os epicureus, mas também era determinista, como os estóicos: determinismo materialista, ou determinismo antimetafísico, é como nós podemos classificar o marxismo. Mas sobre o marxismo, é bom reforçar, eu vou falar noutro vídeo.
A partir do seu determinismo, o estoicismo defendia que nós devemos nos conformar diante das adversidades. Mais do que isso, ele defendia que, para alcançarmos o sossego, nós deveríamos eliminar os prazeres. O contentamento seria alcançado quando nós não tivéssemos necessidades.
Se você notar bem, a “aponia” (ausência de dor) não era exatamente uma preocupação dos estóicos. Mas isso é fácil de entender. Negando os prazeres, você pode sentir dor, sim. Agora, cuidado, o estoicismo não defende que você deve procurar a dor; apenas que você deve se conformar diante dela.
O nome dessa negação de prazeres é ascetismo. Ascetismo vem de uma palavra grega que significa exercício espiritual. Nesse sentido, abdicar os prazeres seria, para os estóicos, um exercício espiritual.

Atividade para a recuperação:
Fazer um texto de até 08 linhas explicando o que é Epicurismo e Estoicismo e mostrar a diferença entre as duas correntes filosóficas.

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