Esse é o texto : Quando fazemos essa pergunta, a primeira coisa que nos vem à cabeça é a ideia de

um culto religioso governando um país e as pessoas tendo de se submeter a ele, independentemente de suas convicções pessoais. Porém, essa pergunta vai muito além disso. Em primeiro lugar, temos de revisar o que significa religião. Essa palavra pode ter vários sentidos.
Ela pode se referir ao seu contato pessoal com uma ou mais divindades, mas ela também tem um sentido de identidade. Quando alguém diz que é cristão, muçulmano, candomblecista, a pessoa está dizendo mais do que de sua fé. Ela está falando sobre sua identidade, sobre sua forma de ver e compreender o mundo. Existem outros elementos que compõem a identidade de uma pessoa: a cultura, a etnia, o gênero, e também a orientação política. Como todos somos pessoas, e a nossa identidade é complexa, fica difícil separar completamente religião e política, pois o conceito de política não se limita a partidos ou se refere apenas a pessoas que estão ocupando cargos no legislativo (vereador, deputado, senador) ou no executivo (prefeito, governador ou presidente).
A palavra política tem origem grega em “polis”, que significava “cidade”. Daí surgiu seu principal significado:
O cuidado da cidade, cidade como lugar público, e seus moradores são cidadãos. Daí, a política passou a ser compreendida como o “cuidado das coisas públicas”, daquilo que é de todos. Por isso, todos nós somos e devemos ser “cidadãos”, aqueles que defendem e cuidam das coisas públicas. Veja que a palavra “república” tem duas partes: re + pública”, ou seja, “re” vem de “res” = coisa, que se junta à pública = coisa-pública. Então, nosso regime político é republicano, que foca no interesse do povo, ao contrário da monarquia. Assim, no nosso regime, não é possível que um governante cuide só dos interesses do grupo que o elegeu, por exemplo, uma maioria religiosa. Ele é o governante de todos, inclusive das minorias.
Quando tratamos de religião, no contexto brasileiro, falamos de uma realidade muito diversa. A história de formação do nosso povo fez com que convivessem diversas tradições religiosas. Além disso, muitas pessoas, hoje, não seguem nenhuma religião. Para que todas as pessoas tenham liberdade de assumir sua própria identidade religiosa, o Estado assegura, num regime republicano, através da Constituição Federal, a liberdade de consciência, de crença e de culto. Além disso, o Brasil é considerado um Estado laico, ou seja, as crenças religiosas não podem influenciar o governo, e o governo não pode interferir nas tradições religiosas, seja favorecendo ou prejudicando-as.
Porém, enquanto pessoas, cada um de nós tem a sua própria identidade, religiosa ou não, que influencia nossa forma de ver o mundo e a forma como nos portamos politicamente. Existem dois principais tipos de postura das pessoas religiosas no que se refere à relação entre religião e política:
-> Pluralistas: acreditam que a interpretação da revelação ou dos textos sagrados de uma religião pode oferecer princípios, que são amplos e éticos, ou seja, que atendem a todos/todas, e por isso podem ser aplicados no contexto social atual. Dessa forma, a religião inspiraria a política.
Exemplos de princípios: o amor, a justiça, a liberdade e a solidariedade.
-> Fundamentalistas: acreditam que a revelação ou os textos sagrados de uma religião devem estruturar a sociedade em todas as dimensões, exatamente ou literalmente como dizem os textos.
Dessa forma, a religião determinaria a política e os costumes. Por exemplo: segundo o texto sagrado, fica proibido a todas as mulheres cortarem seus cabelos e elas deverão usar saias ou vestidos, ficando proibido também o uso de calças.

Pergunta O texto acima, fala sobre a política e religião, como estes dois caminhos são vividos e de qual a visão do autor diante do peso do tema. Dessa forma observa-se que o Brasil é considerado um Estado laico o que significa esta expressão?

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