Desde os primórdios de sua existência, o homem se viu cercado dos mais diversos mitos que, exercendo várias influências, eram capazes de atribuir explicações ao até então inexplicável, além de refletir as diferentes crenças dos mais variados povos. As relações humanas na sociedade contemporânea se distanciam cada vez mais e o subjetivo começa a se perder em meio ao pensamento científico que, desde o século XVIII, com a Revolução Industrial, vem ganhando mais força diante da necessidade de respostas lógicas, objetivas, as quais definem, rapidamente, o certo e o errado, o bom e o ruim, de modo a construir um conhecimento que trabalhe com fatos concretos e, principalmente, reverta tudo aquilo que se ensina para finalidades práticas e rentáveis.

‘Para que serve o mito?’ - tal indagação frequente nos dias atuais reflete algo recorrente em nossas vidas: a carência de uma explicação acerca de um determinado tema que nos permita compreender esse assunto e que, consequentemente, atribua-nos um sentido em estudá-lo. Uma grande virtude do homem, bem como uma de suas maiores dificuldades, é encontrar um equilíbrio para suas sensações, palavras, atitudes e pensamentos. A mitologia, independe à qual cultura pertencer, concede-nos ferramentas que nos ajudam a atingir esse equilíbrio. Ciência e mitologia não são crenças antagônicas, elas não se excluem; ao contrário, há um ponto de equilíbrio que torna uma a extensão da outra. Não há dúvidas de que o pensamento científico nos proporcionou descobertas de extrema importância para o homem, mas, muitas vezes, tais descobertas se restringiram ao plano material da vida.