eis os principais fatores que contribuíram para o seu aparecimento:
- as viagens marítimas, pois o impulso expansionista obrigou os comerciantes a enfrentarem as lendas e daí constatarem a fantasia do discurso mítico, proporcionando a desmitificação do mundo (como exemplo, os monstros que os poetas contavam existir em determinados lugares onde, visitados pelos navegadores, nada ali encontravam);
- a construção do calendário que permitiu a medição do tempo segundo as estações do ano e da alternância entre dia e noite. isso favoreceu a capacidade dos gregos de abstrair o tempo naturalmente e não como potência divina;
- o uso da moeda para as trocas comerciais que antes eram realizadas entre produtos. isso também favoreceu o pensamento abstrato, já que o valor agregado aos produtos dependia de uma certa análise sobre a valoração;
a invenção do alfabeto e o uso da palavra é também um acontecimento peculiar. numa sociedade acostumada à oralidade dos poetas, aos poucos cai em desuso o recurso às imagens para representar o real e surge, como substituto, a escrita alfabética/fonética, propiciando, como os itens acima, um maior poder de abstração.
a palavra não mais é usada como nos rituais esotéricos (fechados para os iniciados nos mistérios sagrados e que desvendavam os oráculos dos deuses), nem pelos poetas inspirados pelos deuses, mas na praça pública (ágora), no confronto cotidiano entre os cidadãos;
- o crescimento urbano é também registrado em virtude de todo esse movimento, assim como o fomento das técnicas artesanais e o comércio interno, as artes e outros serviços, características típicas das cidades;
- a criação da política que faz uso da palavra para as deliberações do povo (demo) em cada pólis(por isso, democracia ou o governo do povo), bem como exige que sejam publicadas as leis para o conhecimento de todos, para que reflitam, critiquem e a modifiquem segundo os seus interesses.
as discussões em assembleias (que era onde o povo se reunia para votar) estimulava o pensamento crítico-reflexivo, a expressão da vontade coletiva e evidencia a capacidade do homem em se reconhecer capaz de vislumbrar a ordem e a organização do mundo a partir da sua própria racionalidade e não mais nas palavras mágico-religiosas baseadas na autoridade dos poeta inspirados. com isso, foi possível, a partir da investigação sistemática, das contradições, da exigência de rigor lógico, surgir a filosofia.
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eis os principais fatores que contribuíram para o seu aparecimento:
- as viagens marítimas, pois o impulso expansionista obrigou os comerciantes a enfrentarem as lendas e daí constatarem a fantasia do discurso mítico, proporcionando a desmitificação do mundo (como exemplo, os monstros que os poetas contavam existir em determinados lugares onde, visitados pelos navegadores, nada ali encontravam);
- a construção do calendário que permitiu a medição do tempo segundo as estações do ano e da alternância entre dia e noite. isso favoreceu a capacidade dos gregos de abstrair o tempo naturalmente e não como potência divina;
- o uso da moeda para as trocas comerciais que antes eram realizadas entre produtos. isso também favoreceu o pensamento abstrato, já que o valor agregado aos produtos dependia de uma certa análise sobre a valoração;
a invenção do alfabeto e o uso da palavra é também um acontecimento peculiar. numa sociedade acostumada à oralidade dos poetas, aos poucos cai em desuso o recurso às imagens para representar o real e surge, como substituto, a escrita alfabética/fonética, propiciando, como os itens acima, um maior poder de abstração.
a palavra não mais é usada como nos rituais esotéricos (fechados para os iniciados nos mistérios sagrados e que desvendavam os oráculos dos deuses), nem pelos poetas inspirados pelos deuses, mas na praça pública (ágora), no confronto cotidiano entre os cidadãos;
- o crescimento urbano é também registrado em virtude de todo esse movimento, assim como o fomento das técnicas artesanais e o comércio interno, as artes e outros serviços, características típicas das cidades;
- a criação da política que faz uso da palavra para as deliberações do povo (demo) em cada pólis(por isso, democracia ou o governo do povo), bem como exige que sejam publicadas as leis para o conhecimento de todos, para que reflitam, critiquem e a modifiquem segundo os seus interesses.
as discussões em assembleias (que era onde o povo se reunia para votar) estimulava o pensamento crítico-reflexivo, a expressão da vontade coletiva e evidencia a capacidade do homem em se reconhecer capaz de vislumbrar a ordem e a organização do mundo a partir da sua própria racionalidade e não mais nas palavras mágico-religiosas baseadas na autoridade dos poeta inspirados. com isso, foi possível, a partir da investigação sistemática, das contradições, da exigência de rigor lógico, surgir a filosofia.