Esíodo, poeta grego natural da cidade de Ascra, na Beócia, viveu entre finais do
século VIII e começo do século VII a.C. Era considerado, ao lado de Homero, como o
maior e mais antigo poeta da língua helênica. Ambos os autores compuseram, para os
gregos, os registros de sua religião; deram nomes aos deuses, atribuíram-lhes honras e
artes e descreveram sua história. Na obra de Hesíodo, essa descrição desde cedo
recebeu o título formal de Teogonia. Composto de 1022 versos hexâmetros, o poema tem
por escopo revelar a origem do mundo dos deuses imortais, dando-se ênfase à ascensão
de Zeus ao trono do Olimpo, reinando sobre céus e terra, deuses e homens. Ao longo da
narrativa, Zeus é pensado como a unidade subjacente que governa o mundo (o que para
o filósofo pré-socrático é entendido como Logos ou Ser) devendo ele exercer seu poder
de unificação e manutenção da existência. Em Hesíodo, esse movimento revela-se sob
duas formas: através das batalhas que o conduzem à hegemonia no Olimpo e pelas
uniões sagradas que mantém com outras deusas e mortais.
Na Teogonia de Hesíodo, o mundo principia através de quatro divindades primordiais,
que darão nascimento a quatro gerações de deuses: Khaos – a desmesura, o
indiferenciado; Gaia – a Terra, sede irresvalável de todos sempre; Tártaro – o abismo
sem fim; e Eros – o desejo de união, de fecundação. A primeira geração dos deuses
surge pelo processo de separação. Khaos é “cissor”; dele as coisas surgem por
diferenciação (cissiparidade); seus filhos são Érebo e Nix (Noite). De Gaia, pelo mesmo
processo, surgiu Urano – o céu constelado, e também Ponto – o mar, e as Montanhas.
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Esíodo, poeta grego natural da cidade de Ascra, na Beócia, viveu entre finais do século VIII e começo do século VII a.C. Era considerado, ao lado de Homero, como o maior e mais antigo poeta da língua helênica. Ambos os autores compuseram, para os gregos, os registros de sua religião; deram nomes aos deuses, atribuíram-lhes honras e artes e descreveram sua história. Na obra de Hesíodo, essa descrição desde cedo recebeu o título formal de Teogonia. Composto de 1022 versos hexâmetros, o poema tem por escopo revelar a origem do mundo dos deuses imortais, dando-se ênfase à ascensão de Zeus ao trono do Olimpo, reinando sobre céus e terra, deuses e homens. Ao longo da narrativa, Zeus é pensado como a unidade subjacente que governa o mundo (o que para o filósofo pré-socrático é entendido como Logos ou Ser) devendo ele exercer seu poder de unificação e manutenção da existência. Em Hesíodo, esse movimento revela-se sob duas formas: através das batalhas que o conduzem à hegemonia no Olimpo e pelas uniões sagradas que mantém com outras deusas e mortais. Na Teogonia de Hesíodo, o mundo principia através de quatro divindades primordiais, que darão nascimento a quatro gerações de deuses: Khaos – a desmesura, o indiferenciado; Gaia – a Terra, sede irresvalável de todos sempre; Tártaro – o abismo sem fim; e Eros – o desejo de união, de fecundação. A primeira geração dos deuses surge pelo processo de separação. Khaos é “cissor”; dele as coisas surgem por diferenciação (cissiparidade); seus filhos são Érebo e Nix (Noite). De Gaia, pelo mesmo processo, surgiu Urano – o céu constelado, e também Ponto – o mar, e as Montanhas. H