O "trabalho" como categoria real já inclui o "não-trabalho", ou seja, "esferas" para além do "trabalho" e "âmbitos" sociais separados do processo do trabalho. O "trabalho" que se manifesta separado do "tempo livre", da "política", da "arte", da "cultura" etc., já é sempre trabalho abstracto. Só a relação capitalista como forma desenvolvida do valor produziu na sua pureza esta separação real entre o "trabalho" e os outros momentos do processo de reprodução social. No passado, esta separação existia apenas de maneira embrionária no divórcio entre os "produtores imediatos" e as classes isentas do processo do trabalho que se apropriavam do mais-produto material. Nas sociedades primitivas pré-classistas, pelo contrário, encontra-se ainda a totalidade imediata do processo reprodutivo em que não há nem "trabalho", nem "tempo livre", nem "cultura" etc. como esferas particulares. E esta identidade imediata do processo da vida em todos os seus momentos perpetua-se no interior do processo de reprodução dos produtores imediatos nas formações pré-capitalistas, até ao limiar da industrialização e da divisão capitalista do trabalho.Esta contradição explica-se com as condições ainda insuficientes de desenvolvimento do processo capitalista de socialização e cientificização. O conteúdo do socialismo não pode ser "libertar o trabalho", mas única e exclusivamente "libertar do trabalho". Convém esclarecer desde logo que não se trata da forma da actividade humana tout court, ou do "processo de metabolismo com a Natureza", mas sempre e apenas do "trabalho abstracto" encarnado na forma do valor ou da mercadoria, do "dispêndio de força de trabalho humana" como fim em sim mesmo sob as condições materiais estabelecidas pela concorrência dos sujeitos no mercado. Importa explicar melhor tal identidade entre o conceito de trabalho em geral e o trabalho abstracto na forma de mercadoria, identidade esta que torna impossível uma superação da mercadoria e do dinheiro no interior da ontologia do trabalho
tokioruiva
O "trabalho" como categoria real já inclui o "não-trabalho", ou seja, "esferas" para além do "trabalho" e "âmbitos" sociais separados do processo do trabalho. O "trabalho" que se manifesta separado do "tempo livre", da "política", da "arte", da "cultura" etc., já é sempre trabalho abstracto. Só a relação capitalista como forma desenvolvida do valor produziu na sua pureza esta separação real entre o "trabalho" e os outros momentos do processo de reprodução social. No passado, esta separação existia apenas de maneira embrionária no divórcio entre os "produtores imediatos" e as classes isentas do processo do trabalho que se apropriavam do mais-produto material. Nas sociedades primitivas pré-classistas, pelo contrário, encontra-se ainda a totalidade imediata do processo reprodutivo em que não há nem "trabalho", nem "tempo livre", nem "cultura" etc. como esferas particulares. E esta identidade imediata do processo da vida em todos os seus momentos perpetua-se no interior do processo de reprodução dos produtores imediatos nas formações pré-capitalistas, até ao limiar da industrialização e da divisão capitalista do trabalho.Esta contradição explica-se com as condições ainda insuficientes de desenvolvimento do processo capitalista de socialização e cientificização. O conteúdo do socialismo não pode ser "libertar o trabalho", mas única e exclusivamente "libertar do trabalho". Convém esclarecer desde logo que não se trata da forma da actividade humana tout court, ou do "processo de metabolismo com a Natureza", mas sempre e apenas do "trabalho abstracto" encarnado na forma do valor ou da mercadoria, do "dispêndio de força de trabalho humana" como fim em sim mesmo sob as condições materiais estabelecidas pela concorrência dos sujeitos no mercado. Importa explicar melhor tal identidade entre o conceito de trabalho em geral e o trabalho abstracto na forma de mercadoria, identidade esta que torna impossível uma superação da mercadoria e do dinheiro no interior da ontologia do trabalho