A filosofia de Platão tem três
aspectos: metafísico, ético e epistemológico. O principal é o metafísico, que
se concentra na sua Teoria das Ideias: todas as coisas singulares participam ou
comungam da ideia universal do que elas representam.
Todo o mundo sensível
participa do mundo intelectual ou ideal. Existem cães porque há uma ideia de
cão eterna e perfeita; existem homens porque existe o homem perfeito no mundo
das ideias.
Dessa teoria derivam todos
os demais ensinamentos de Platão e o fato básico dessa teoria é o da existência
dos dois mundos: mundo material e mundo ideal.
Para Platão tudo o que
podemos tocar e sentir na natureza "flui". Não existe, portanto, um
elemento básico que não se desintegre. Absolutamente tudo o que pertence ao
mundo dos sentidos é feito de um material sujeito à corrosão do tempo. Ao mesmo
tempo, tudo é formado a partir de uma forma eterna e imutável.
Para exemplificar a visão de
Platão, considere um conjunto de cavalos. Apesar deles não serem exatamente
iguais, existe algo que é comum a todos os cavalos; algo que garante que nós
jamais teremos problemas para reconhecer um cavalo.
Naturalmente, um exemplar
isolado do cavalo, este sim "flui", "passa". Ele envelhece
e fica manco, depois adoece e morre. Mas a verdadeira forma do cavalo é eterna
e imutável.
Numa outra situação,
considere que você passe em frente a uma vitrine de uma padaria (sua primeira
padaria) e vê sobre um tabuleiro cinquenta broas exatamente iguais, todas em
forma de anãozinhos.
Apesar de você perceber que
um anãozinho está sem o braço, o outro perdeu a cabeça e um terceiro tem uma
barriga maior que a dos outros, você chega à conclusão que todas as broas têm
um denominador comum.
Embora nenhum dos anõezinhos
seja absolutamente perfeito, você suspeita que eles devem ter uma origem comum.
E chega à conclusão de que todos foram assados na mesma fôrma.
Platão ficou admirado com a
semelhança entre todos os fenômenos da natureza e chegou, portanto, à conclusão
de que "por cima" ou "por trás" de tudo o que vemos à nossa
volta há um número limitado de formas.
A estas formas Platão deu o
nome de ideias. Por trás de todos os cavalos, porcos e homens existe a "ideia
cavalo", a "ideai porco" e a "ideai homem". (E é por
causa disto que a citada padaria pode fazer broas em forma de porquinhos ou de
cavalos, além de anõezinhos.
Pois uma padaria que se
preze geralmente tem mais do que uma fôrma. Só que uma única fôrma é suficiente
para todo um tipo de broa.)
Platão acreditava numa
realidade autônoma por trás do mundo dos sentidos. A esta realidade ele deu o
nome de mundo das ideias. Nele estão as "imagens padrão", as imagens
primordiais, eternas e imutáveis, que encontramos na natureza.
Esta concepção é chamada por
nós de a Teoria das Ideias de Platão.
Em resumo, para Platão a
realidade se dividia em duas partes. A primeira parte é o mundo dos sentidos,
do qual não podemos ter senão um conhecimento aproximado ou imperfeito, já que
para tanto fazemos uso de nossos cinco (aproximados e imperfeitos) sentidos.
Neste mundo dos sentidos,
tudo "flui" e, consequentemente, nada é perene. Nada é no mundo dos
sentidos; nele, as coisas simplesmente surgem e desaparecem. A outra parte é o
mundo das ideias, do qual podemos chegar a ter um conhecimento seguro, se para
tanto fizermos uso de nossa razão.
Este mundo das ideias não
pode, portanto, ser conhecido através dos sentidos. Em compensação, as ideias
(ou formas) são eternas e imutáveis.
Gustavopierro
A filosofia de Platão tem três aspectos: metafísico, ético e epistemológico. O principal é o metafísico, que se concentra na sua Teoria das Ideias: todas as coisas singulares participam ou comungam da ideia universal do que elas representam.
Todo o mundo sensível participa do mundo intelectual ou ideal. Existem cães porque há uma ideia de cão eterna e perfeita; existem homens porque existe o homem perfeito no mundo das ideias.
Dessa teoria derivam todos os demais ensinamentos de Platão e o fato básico dessa teoria é o da existência dos dois mundos: mundo material e mundo ideal.
Para Platão tudo o que podemos tocar e sentir na natureza "flui". Não existe, portanto, um elemento básico que não se desintegre. Absolutamente tudo o que pertence ao mundo dos sentidos é feito de um material sujeito à corrosão do tempo. Ao mesmo tempo, tudo é formado a partir de uma forma eterna e imutável.
Para exemplificar a visão de Platão, considere um conjunto de cavalos. Apesar deles não serem exatamente iguais, existe algo que é comum a todos os cavalos; algo que garante que nós jamais teremos problemas para reconhecer um cavalo.
Naturalmente, um exemplar isolado do cavalo, este sim "flui", "passa". Ele envelhece e fica manco, depois adoece e morre. Mas a verdadeira forma do cavalo é eterna e imutável.
Numa outra situação, considere que você passe em frente a uma vitrine de uma padaria (sua primeira padaria) e vê sobre um tabuleiro cinquenta broas exatamente iguais, todas em forma de anãozinhos.
Apesar de você perceber que um anãozinho está sem o braço, o outro perdeu a cabeça e um terceiro tem uma barriga maior que a dos outros, você chega à conclusão que todas as broas têm um denominador comum.
Embora nenhum dos anõezinhos seja absolutamente perfeito, você suspeita que eles devem ter uma origem comum. E chega à conclusão de que todos foram assados na mesma fôrma.
Platão ficou admirado com a semelhança entre todos os fenômenos da natureza e chegou, portanto, à conclusão de que "por cima" ou "por trás" de tudo o que vemos à nossa volta há um número limitado de formas.
A estas formas Platão deu o nome de ideias. Por trás de todos os cavalos, porcos e homens existe a "ideia cavalo", a "ideai porco" e a "ideai homem". (E é por causa disto que a citada padaria pode fazer broas em forma de porquinhos ou de cavalos, além de anõezinhos.
Pois uma padaria que se preze geralmente tem mais do que uma fôrma. Só que uma única fôrma é suficiente para todo um tipo de broa.)
Platão acreditava numa realidade autônoma por trás do mundo dos sentidos. A esta realidade ele deu o nome de mundo das ideias. Nele estão as "imagens padrão", as imagens primordiais, eternas e imutáveis, que encontramos na natureza.
Esta concepção é chamada por nós de a Teoria das Ideias de Platão.
Em resumo, para Platão a realidade se dividia em duas partes. A primeira parte é o mundo dos sentidos, do qual não podemos ter senão um conhecimento aproximado ou imperfeito, já que para tanto fazemos uso de nossos cinco (aproximados e imperfeitos) sentidos.
Neste mundo dos sentidos, tudo "flui" e, consequentemente, nada é perene. Nada é no mundo dos sentidos; nele, as coisas simplesmente surgem e desaparecem. A outra parte é o mundo das ideias, do qual podemos chegar a ter um conhecimento seguro, se para tanto fizermos uso de nossa razão.
Este mundo das ideias não pode, portanto, ser conhecido através dos sentidos. Em compensação, as ideias (ou formas) são eternas e imutáveis.