juhbs86544 25/02/2019 Escrever para todos, quando estudamos a natureza, os seres humanos ou a sociedade, exige vontade de representar o que imagi- namos, entendemos ou acreditamos entender, com palavras e desenhos. Acostumados a escrever para o leitor especializado, não o fazemos com a mesma naturalidade para o público comum, leigo. É esse fato da cultura científica de nosso tempo que a fundação indiana Kalinga, com seu incentivo à popularização da ciência, a Unesco e importantes setores da comunidade científica tentam mudar. O desafio não é simples; em cinqüenta anos avançamos pouco. Talvez mais do que nos anos 50, saibamos hoje, com maior clareza, qual a importância de contar a todos o que fazemos e pensamos, para a democracia e para o próprio reconhecimento social do valor da pesquisa científica. Nas sociedades democráticas, educar e prestar contas do que se estuda e investiga constituem imperativo categórico fundamental. “A livre circulação das idéias e resultados de pesquisas é fundamental para o próprio avanço da ciência, o exame de suas implicações éticas e o enriquecimento da educação”.2 Esses são motes do documento que a Unesco preparou para a conferência mundial sobre a ciência, realizada em Budapeste, em junho de 1999. Mas como promover a circulação veloz dos conhecimentos, se os próprios pesquisadores resistem em escrever, às vezes por temer a imprecisão de suas imagens e a rapidez com que elas possam se difundir. Talvez seja oportuno entender melhor o valor da divulgação das idéias para o grande público, feita pelo próprio cientista, e a importância de contar o percurso realizado e as imagens que o orientaram na caminhada. É o que tentarei
juhbs86544
Escrever para todos, quando estudamos a natureza, os seres
humanos ou a sociedade, exige vontade de representar o que imagi-
namos, entendemos ou acreditamos entender, com palavras e desenhos.
Acostumados a escrever para o leitor especializado, não o fazemos com
a mesma naturalidade para o público comum, leigo. É esse fato da
cultura científica de nosso tempo que a fundação indiana Kalinga,
com seu incentivo à popularização da ciência, a Unesco e importantes
setores da comunidade científica tentam mudar.
O desafio não é simples; em cinqüenta anos avançamos pouco.
Talvez mais do que nos anos 50, saibamos hoje, com maior clareza,
qual a importância de contar a todos o que fazemos e pensamos, para a
democracia e para o próprio reconhecimento social do valor da pesquisa
científica. Nas sociedades democráticas, educar e prestar contas do
que se estuda e investiga constituem imperativo categórico fundamental.
“A livre circulação das idéias e resultados de pesquisas é
fundamental para o próprio avanço da ciência, o exame de suas
implicações éticas e o enriquecimento da educação”.2
Esses são motes
do documento que a Unesco preparou para a conferência mundial
sobre a ciência, realizada em Budapeste, em junho de 1999. Mas
como promover a circulação veloz dos conhecimentos, se os próprios
pesquisadores resistem em escrever, às vezes por temer a imprecisão
de suas imagens e a rapidez com que elas possam se difundir. Talvez
seja oportuno entender melhor o valor da divulgação das idéias para
o grande público, feita pelo próprio cientista, e a importância de
contar o percurso realizado e as imagens que o orientaram na
caminhada. É o que tentarei