VONTADE E LIBERDADE. Vejamos o que o filósofo brasileiro, Farias Brito, diz sobre a vontade. “Não

VONTADE E LIBERDADE.
Vejamos o que o filósofo brasileiro, Farias Brito, diz sobre a vontade.
“Não compreendo como se chegou a fazer da vontade a verdade última e o mais alto princípio. Foi, entretanto, o que se fez. Fez-se mais: fez-se da vontade o princípio mesmo do ser, a raiz de toda a existência. Afirmou-se positivamente que é pela vontade que tudo se deve explicar, não somente no homem, mas também na natureza. É uma estranha anomalia que não se poderá compreender, ao que penso, senão como uma monstruosa aberração do pensamento contemporâneo. Este, também, é visível que mostra, em muitos de seus principais representantes, particular predileção pelo paradoxo: o que tem provavelmente sua explicação neste fato — que só o paradoxo poderia talvez encher o vácuo que se fez no espírito humano com a dissolução das crenças tradicionais. A vontade é, porém, rigorosamente, positivamente, um conceito negativo. E que chegasse a adquirir tal preponderância sobre os fatos de ordem psíquica, sem excetuar a inteligência, é coisa que efetivamente não se explica, senão por aberração. O fato, entretanto, é real, e na última fase do desenvolvimento da filosofia moderna, é certo que foi estrondosamente estabelecido o primado da vontade na consciência.
A vontade foi, pois, a ideia preferida. E isto é natural e tem natural explicação. É que os homens práticos são os homens do momento e os homens práticos dizem-se precisamente homens de vontade. Fazer da vontade o mais alto princípio era colocá-los acima de todos e de tudo, na mais alta esfera, portanto, concebível, não somente na natureza, mas também na humanidade. Era fazer do homem de vontade o super-homem. E foi o que fez Nietzsche. Daí a dedução do princípio vontade de poder como fonte única de inspiração, a que se devem ligar os homens superiores, ou homens de vontade. É a proclamação da soberania e da onipotência do eu. E numa época de egoísmo e corrupção, em que não se obedece a outra regra, a não ser esta: vencer, vencer sempre; dominar, dominar sempre — não se poderia imaginar soberania mais alta. Esse culto e esse fanatismo da vontade, são, pois, um fruto legítimo da época”

1) Segundo o autor, qual é o principio (raiz) de toda existência no pensamento contemporâneo?

2) O que explica essa preferência pela vontade na sociedade contemporânea?

3) Qual a é posição de Frias Brito em relação a Vontade?

4) Para você, a vontade deve adquirir a primazia sobre os fatos?

RESPONDER

Felpopinha está aguardando sua ajuda, Clique aqui para responder.