Trata-se de um processo econômico com apoio político, militar e cultural. Trata se de uma nova etapa de acumulação do capital na sua fase neoliberal, que começou na metade dos anos de 1970, o que se chama de consensus de Washington. Tomamos a palavra globalização num sentido muito minuncioso, sabendo evidentemente que é uma realidade histórica e antiga, mas que tem tomado características específicas nos últimos 30 anos.
A razão fundamental da colocação em marcha deste processo econômico foi a rentabilidade decrescente do capital, causada por uma diminução da produtividade. Esta última tinha permitido, depois da segunda guerra mundial, uma certa distribuição do produto social entre capital, trabalho e Estado. Em outras palavras, foi o fim do keynesianismo, ao qual se deve acrescentar o fracasso do desenvolvimento do Terceiro Mundo e finalmente a caida do socialismo real na Europa de Leste.
Para aumentar de maneira acelerada sua acumulação, o capital teve que desenvolver 2 estratégias principais: 1- Fazer diminuir a parte do trabalho no produto social, o que se realizou por uma verdadeira ofensiva contra o trabalho: diminuição de sua parte no produto social, pela baixa do salário real; desregulamentação; deslocalizações; diminuição do seguro social; enfraquecimento das organizações trabalhadoras. 2- Fazer diminuir a parte do Estado como redistribuidor de riquezas e árbitro social, o que se fez pelas ondas de privatização, não somente dos setores econômicos, mas também dos serviços públicos, com as políticas de austeridade impostas pelas organizações financeiras internacionais, em particular pelo FMI (Programas de ajuste estrutural).
Se analizamos os principais mecanismos da globalização econômica atual podemos notar os seguintes. Primeiro realiza-se uma integração dos processos de produção e de distribuição que não têm que levar em conta as fronteiras. Assistimos também a uma concentração da produção, da distribuição e da comunicação nas mãos de grandes empresas cada vez menos numerosas. O capital financeiro é o que predomina e finalmente existe uma extensão das fronteiras do capitalismo, tanto geográficas como tecnológicas.
II. Conseqüências sociais ou culturais e resistencias O processo de globalização tem como conseqüência uma série de destruições do atuar coletivo da humanidade.
1- Destruição da economía: Se a economia é a ação humana destinada a estabelecer as bases materiais da vida física e cultural de todos os seres humanos no mundo inteiro, o capitalismo é o sistema mais ineficaz da história humana. Nunca houve tantos pobres, nunca houve tantas distâncias sociais. Isso constitui a primeira base das revoltas e das resistências. 2- Destruição da natureza: A exploração com a idéia do proveito a curto prazo significa desastres ecológicos, tanto no clima como no esgotamento dos recursos naturais, o que tem provocado, nos últimos anos, o desenvolvimento de muitos movimentos ecologistas. 3- Destruição social que é dupla: a) Extensão das relações diretas capital/trabalho, o que quer dizer o assalariado, que agora extende se no mundo inteiro, mesmo se não de maneira majoritária em todos os setores da atividade coletiva. Movimentos sindicais e camponeses têm aparecido em novas áreas geográficas e em novos setores das atividades econômicas. b) Extensão da relação indireta capital/trabalho, que afeta sempre cada vez mais grupos sociais no mundo. Trata-se dos mecanismos indiretos da lógica da organização capitalista da economía, como a fixação dos preços das matérias primas, a dívida externa, a reexportação de capital, os paraisos fiscais, etc., todos os obstáculos ao verdadeiro desenvolvimento das economias locais e dos quais as conseqüências afetam bilhões de pessoas. É assim que assistimos a um número sempre maior de resistências e de movimentos sociais. Trata-se, por exemplo, das mulheres, particularmente afetadas pela feminização da pobreza e o aumento da violência ou simplesmente porque a lógica do sistema de exploração capitalista utiliza as relações de genêro em função de seus próprios interesses (por exemplo salários mais baixos, contabilidade nacional que não leva em conta o trabalho de reconstituição das forças produtivas realizado pelas mulheres, para falar em termos econômicos, etc.). Trata-se também das resistências dos povos indígenas, que são as primeiras vítimas das novas políticas econômicas e que em suas resistências redefinem seu sentido de identidade. Trata-se também dos movimentos de castas, na Índia, onde a luta dos Dalits (os sem castas) se multiplicaram desde o momento da adoção de uma orientação neoliberal. Trata-se também de movimentos de jovens. Trata-se também dos conflitos étnicos, muito ligados aos mecanismos macroeconômicos, como a caída de certos preços agrícolas, etc. Evidentemente não é o capitalismo que inventou o início do machismo ou o patriarcado, a opressão dos povos indígenas, as contradições de castas, os conflitos
nicolle5189
I. O que é a globalização hoje?
Trata-se de um processo econômico com apoio político, militar e cultural. Trata se de uma nova etapa de acumulação do capital na sua fase neoliberal, que começou na metade dos anos de 1970, o que se chama de consensus de Washington. Tomamos a palavra globalização num sentido muito minuncioso, sabendo evidentemente que é uma realidade histórica e antiga, mas que tem tomado características específicas nos últimos 30 anos.
A razão fundamental da colocação em marcha deste processo econômico foi a rentabilidade decrescente do capital, causada por uma diminução da produtividade. Esta última tinha permitido, depois da segunda guerra mundial, uma certa distribuição do produto social entre capital, trabalho e Estado. Em outras palavras, foi o fim do keynesianismo, ao qual se deve acrescentar o fracasso do desenvolvimento do Terceiro Mundo e finalmente a caida do socialismo real na Europa de Leste.
Para aumentar de maneira acelerada sua acumulação, o capital teve que desenvolver 2 estratégias principais:
1- Fazer diminuir a parte do trabalho no produto social, o que se realizou por uma verdadeira ofensiva contra o trabalho: diminuição de sua parte no produto social, pela baixa do salário real; desregulamentação; deslocalizações; diminuição do seguro social; enfraquecimento das organizações trabalhadoras.
2- Fazer diminuir a parte do Estado como redistribuidor de riquezas e árbitro social, o que se fez pelas ondas de privatização, não somente dos setores econômicos, mas também dos serviços públicos, com as políticas de austeridade impostas pelas organizações financeiras internacionais, em particular pelo FMI (Programas de ajuste estrutural).
Se analizamos os principais mecanismos da globalização econômica atual podemos notar os seguintes. Primeiro realiza-se uma integração dos processos de produção e de distribuição que não têm que levar em conta as fronteiras. Assistimos também a uma concentração da produção, da distribuição e da comunicação nas mãos de grandes empresas cada vez menos numerosas. O capital financeiro é o que predomina e finalmente existe uma extensão das fronteiras do capitalismo, tanto geográficas como tecnológicas.
II. Conseqüências sociais ou culturais e resistencias
O processo de globalização tem como conseqüência uma série de destruições do atuar coletivo da humanidade.
1- Destruição da economía:
Se a economia é a ação humana destinada a estabelecer as bases materiais da vida física e cultural de todos os seres humanos no mundo inteiro, o capitalismo é o sistema mais ineficaz da história humana. Nunca houve tantos pobres, nunca houve tantas distâncias sociais. Isso constitui a primeira base das revoltas e das resistências.
2- Destruição da natureza:
A exploração com a idéia do proveito a curto prazo significa desastres ecológicos, tanto no clima como no esgotamento dos recursos naturais, o que tem provocado, nos últimos anos, o desenvolvimento de muitos movimentos ecologistas.
3- Destruição social que é dupla: a) Extensão das relações diretas capital/trabalho, o que quer dizer o assalariado, que agora extende se no mundo inteiro, mesmo se não de maneira majoritária em todos os setores da atividade coletiva. Movimentos sindicais e camponeses têm aparecido em novas áreas geográficas e em novos setores das atividades econômicas. b) Extensão da relação indireta capital/trabalho, que afeta sempre cada vez mais grupos sociais no mundo. Trata-se dos mecanismos indiretos da lógica da organização capitalista da economía, como a fixação dos preços das matérias primas, a dívida externa, a reexportação de capital, os paraisos fiscais, etc., todos os obstáculos ao verdadeiro desenvolvimento das economias locais e dos quais as conseqüências afetam bilhões de pessoas. É assim que assistimos a um número sempre maior de resistências e de movimentos sociais. Trata-se, por exemplo, das mulheres, particularmente afetadas pela feminização da pobreza e o aumento da violência ou simplesmente porque a lógica do sistema de exploração capitalista utiliza as relações de genêro em função de seus próprios interesses (por exemplo salários mais baixos, contabilidade nacional que não leva em conta o trabalho de reconstituição das forças produtivas realizado pelas mulheres, para falar em termos econômicos, etc.). Trata-se também das resistências dos povos indígenas, que são as primeiras vítimas das novas políticas econômicas e que em suas resistências redefinem seu sentido de identidade. Trata-se também dos movimentos de castas, na Índia, onde a luta dos Dalits (os sem castas) se multiplicaram desde o momento da adoção de uma orientação neoliberal. Trata-se também de movimentos de jovens. Trata-se também dos conflitos étnicos, muito ligados aos mecanismos macroeconômicos, como a caída de certos preços agrícolas, etc. Evidentemente não é o capitalismo que inventou o início do machismo ou o patriarcado, a opressão dos povos indígenas, as contradições de castas, os conflitos