Durante o século XX a população que vivia nas cidades empregava-se sobretudo no setor terciário, uma vez que aevolução da mecânica permitiu que não fosse necessária tanta mão de obra no cultivo dos campos e na pecuária. Oacréscimo populacional citadino dos primeiros decénios do século XX deve-se, não só ao que já era tradição emdeterminados países, mas sobretudo à vaga migratória, apesar de até cerca de 1940 ainda existir uma grandedesproporção entre a população rural e citadina em determinados países (França e Suíça, por exemplo), com vantagempara a primeira. Nos Estados Unidos, em 1970 a população das cidades ascendia já aos 73%, com proporções similaresno Canadá, com uma maioria emigrante que buscava emprego e já não procurando tornar-se proprietários de terras. Foieste o passo decisivo para que se formassem nas cidades conglomerações étnicas endógenas e solidárias que emdeterminados casos chegaram a auferir de um grande peso no todo da cidade. A URSS foi a nação que maisflagrantemente patenteou um veloz crescimento das cidades em detrimento das zonas rurais, sendo os fatores principaisa destruição de cerca de seis milhões de casas durante a Segunda Grande Guerra e o regime de cariz socialista, quenecessitava de uma base de sustentação como o proletariado para colocar em prática a industrialização preconizada porEstaline. Esta teve como consequência o estruturar de uma economia coletivista e industrial. No período entre as duasguerras mundiais assistiu-se a um acréscimo de imóveis construídos em países europeus como a Alemanha e aInglaterra. Contudo, menos se verificou nos países que tinham sido diretamente afetados pelos conflitos, como aFrança, uma vez que grande parte desta construção se destinava a substituir os arrasados pela Primeira Guerra. O alvordos anos 30 e o progresso das indústrias com sedes citadinas iniciaram uma crescente urbanização em grande parte dospaíses, entre os quais se destacaram os EUA, que não tendo sofrido danos no seu território se permitiram a um maisrápido avanço. No entanto não eram igualitárias as condições de vida de quem vivia na cidade, sendo, por exemplo, queos trabalhadores franceses dispunham de menos área que os profissionais liberais e até meados dos anos 70 não tinhamágua quente. Na URSS estes dois fatores eram ainda mais graves, uma vez que até 1965 uma grande quantidade depessoas se via obrigada a partilhar a cozinha e as instalações sanitárias. Viu-se então o governo soviético obrigado aadmitir a privatização e transmissão hereditária dos imóveis, para que a quantidade de construções aumentasse. Emgrande parte dos países soviéticos o forte nacionalismo fez com que se recuperassem também os edifícios antigos, comoforma de preservar a herança arquitetónica. Com a ampliação urbana os serviços públicos, como a recolha de lixo, osesgotos, a canalização de água e os transportes públicos coletivos, entre outros, tornaram-se em muitas cidades(Nápoles, Nova Iorque) extremamente deficientes. Inclusivamente, países como a França subsidiaram proprietários rurais(medida de 1962) para que deixassem as suas terras de forma a ampliar a dimensão do construído. Surgiram assim asestruturas suburbanas, em que se torna ténue a divisão entre os núcleos urbanos e os rurais, agregados. De igualforma, as aldeias mais afastadas passam a depender de estruturas que existem nas cidades, como as escolas, ossupermercados e serviços públicos, o que provoca a desertificação. Por outro lado, proliferam em muitos países assegundas residências em núcleos rurais, que podem ser, ou não, a terra natal dos proprietários. Catorze cidadesplaneadas segundo uma política concreta de racionalidade e adaptação às novas formas de vida foram criadas a partirde 1946 em Inglaterra, e a partir de 1961 outras treze. Esta foi a origem dos "dormitórios", pequenas cidades ouconjuntos de bairros na periferia dos grandes núcleos, tendo-se a partir dos anos 70 estimulado a criação de cidades demédia dimensão na URSS (onde se fez também a experiência das agorograd, cidades dos anos 50 com habitantesvocacionados para a agricultura), Estados Unidos, Inglaterra e França. Esta migração para as cidades causou um aspetourbanístico que remanesce até hoje na maioria das grandes cidades: a degradação do centro mais antigo, tendo sidoocupado pelas classes mais desfavorecidas à medida que a população de melhor qualidade de vida se implantavanoutros locais.
santosmanuele19
Durante o século XX a população que vivia nas cidades empregava-se sobretudo no setor terciário, uma vez que aevolução da mecânica permitiu que não fosse necessária tanta mão de obra no cultivo dos campos e na pecuária. Oacréscimo populacional citadino dos primeiros decénios do século XX deve-se, não só ao que já era tradição emdeterminados países, mas sobretudo à vaga migratória, apesar de até cerca de 1940 ainda existir uma grandedesproporção entre a população rural e citadina em determinados países (França e Suíça, por exemplo), com vantagempara a primeira. Nos Estados Unidos, em 1970 a população das cidades ascendia já aos 73%, com proporções similaresno Canadá, com uma maioria emigrante que buscava emprego e já não procurando tornar-se proprietários de terras. Foieste o passo decisivo para que se formassem nas cidades conglomerações étnicas endógenas e solidárias que emdeterminados casos chegaram a auferir de um grande peso no todo da cidade. A URSS foi a nação que maisflagrantemente patenteou um veloz crescimento das cidades em detrimento das zonas rurais, sendo os fatores principaisa destruição de cerca de seis milhões de casas durante a Segunda Grande Guerra e o regime de cariz socialista, quenecessitava de uma base de sustentação como o proletariado para colocar em prática a industrialização preconizada porEstaline. Esta teve como consequência o estruturar de uma economia coletivista e industrial. No período entre as duasguerras mundiais assistiu-se a um acréscimo de imóveis construídos em países europeus como a Alemanha e aInglaterra. Contudo, menos se verificou nos países que tinham sido diretamente afetados pelos conflitos, como aFrança, uma vez que grande parte desta construção se destinava a substituir os arrasados pela Primeira Guerra. O alvordos anos 30 e o progresso das indústrias com sedes citadinas iniciaram uma crescente urbanização em grande parte dospaíses, entre os quais se destacaram os EUA, que não tendo sofrido danos no seu território se permitiram a um maisrápido avanço. No entanto não eram igualitárias as condições de vida de quem vivia na cidade, sendo, por exemplo, queos trabalhadores franceses dispunham de menos área que os profissionais liberais e até meados dos anos 70 não tinhamágua quente. Na URSS estes dois fatores eram ainda mais graves, uma vez que até 1965 uma grande quantidade depessoas se via obrigada a partilhar a cozinha e as instalações sanitárias. Viu-se então o governo soviético obrigado aadmitir a privatização e transmissão hereditária dos imóveis, para que a quantidade de construções aumentasse. Emgrande parte dos países soviéticos o forte nacionalismo fez com que se recuperassem também os edifícios antigos, comoforma de preservar a herança arquitetónica. Com a ampliação urbana os serviços públicos, como a recolha de lixo, osesgotos, a canalização de água e os transportes públicos coletivos, entre outros, tornaram-se em muitas cidades(Nápoles, Nova Iorque) extremamente deficientes. Inclusivamente, países como a França subsidiaram proprietários rurais(medida de 1962) para que deixassem as suas terras de forma a ampliar a dimensão do construído. Surgiram assim asestruturas suburbanas, em que se torna ténue a divisão entre os núcleos urbanos e os rurais, agregados. De igualforma, as aldeias mais afastadas passam a depender de estruturas que existem nas cidades, como as escolas, ossupermercados e serviços públicos, o que provoca a desertificação. Por outro lado, proliferam em muitos países assegundas residências em núcleos rurais, que podem ser, ou não, a terra natal dos proprietários. Catorze cidadesplaneadas segundo uma política concreta de racionalidade e adaptação às novas formas de vida foram criadas a partirde 1946 em Inglaterra, e a partir de 1961 outras treze. Esta foi a origem dos "dormitórios", pequenas cidades ouconjuntos de bairros na periferia dos grandes núcleos, tendo-se a partir dos anos 70 estimulado a criação de cidades demédia dimensão na URSS (onde se fez também a experiência das agorograd, cidades dos anos 50 com habitantesvocacionados para a agricultura), Estados Unidos, Inglaterra e França. Esta migração para as cidades causou um aspetourbanístico que remanesce até hoje na maioria das grandes cidades: a degradação do centro mais antigo, tendo sidoocupado pelas classes mais desfavorecidas à medida que a população de melhor qualidade de vida se implantavanoutros locais.