O século XVI foi um dos mais conturbados da história mundial, haja vista que ao longo de suas décadas vários acontecimentos de grande impacto aconteceram, desde a montagem do sistema colonial nas Américas até as infindáveis guerras civis religiosas deflagradas pelo advento das Reformas Protestantes. Em se tratando especialmente dessas reformas, há de se levar em conta a reação católica a elas e os caminhos que foram traçados para tanto. Uma das faces da Contrarreforma, ou Reforma Católica, foi a criação da Companhia de Jesus por Santo Inácio de Loyola.
Santo Inácio de Loyola (1491-1556) nasceu na Espanha e chegou a integrar o exército nacional espanhol. Com sua guinada para a vida religiosa depois de ter visitado Jerusalém (lá conheceu membros da ordem franciscana) e de ter estudado em Paris, em 1534, com outros religiosos, fundou a Companhia de Jesus. O objetivo da criação da Companhia de Jesus era desenvolver regras disciplinares para a vida religiosa e, sobretudo, para missões de evangelização.
A Companhia de Jesus pautava-se pela Ratio Studiorum, isto é, a “Regra de Estudos”, ou “Ordem de Estudos”, que levava em conta o conhecimento do latim, das sagradas escrituras e de textos da tradição ocidental. Esse método foi de essencial importância na atmosfera do combate religioso travado contra os protestantes. Em primeiro lugar porque a rigidez do método preservava os membros da Companhia de se interessarem pelas “novidades” das teses protestantes e, em segundo lugar, servia-lhes em seus destinos como missionários, principalmente no chamado “Novo Mundo”, o recém-descoberto continente americano, como bem acentua o pesquisador Gilberto Luiz Alves:
[…] a inserção material da Companhia de Jesus no Novo Mundo e o combate na frente ideológica contrarreformista expunham os jesuítas à nova ordem que se instaurava e às novas ideias, o que não deixou de influenciar o comportamento político da congregação. Fosse por puro oportunismo político, pela defesa de interesses materiais da ordem religiosa ou pelo vislumbre da importância de algumas ideias novas, os padres da Companhia de Jesus revelaram maior tolerância política em relação aos adversários, o que não representava o tom dominante da Contrarreforma, principalmente da Inquisição. [1]
Sendo, em parte, flexíveis, os membros da Companhia de Jesus conseguiam articular-se bem entre os colonos da América, incluindo o Brasil e, principalmente, entre os indígenas, promovendo a catequização e o ensino do latim aos gentios. Os mais importantes textos escritos no primeiros séculos da colonização americana vieram das mães de jesuítas, como o espanhol Bartolomé de Las Casas e o português Padre António Vieira.
fernandaa58
O século XVI foi um dos mais conturbados da história mundial, haja vista que ao longo de suas décadas vários acontecimentos de grande impacto aconteceram, desde a montagem do sistema colonial nas Américas até as infindáveis guerras civis religiosas deflagradas pelo advento das Reformas Protestantes. Em se tratando especialmente dessas reformas, há de se levar em conta a reação católica a elas e os caminhos que foram traçados para tanto. Uma das faces da Contrarreforma, ou Reforma Católica, foi a criação da Companhia de Jesus por Santo Inácio de Loyola.
Santo Inácio de Loyola (1491-1556) nasceu na Espanha e chegou a integrar o exército nacional espanhol. Com sua guinada para a vida religiosa depois de ter visitado Jerusalém (lá conheceu membros da ordem franciscana) e de ter estudado em Paris, em 1534, com outros religiosos, fundou a Companhia de Jesus. O objetivo da criação da Companhia de Jesus era desenvolver regras disciplinares para a vida religiosa e, sobretudo, para missões de evangelização.
A Companhia de Jesus pautava-se pela Ratio Studiorum, isto é, a “Regra de Estudos”, ou “Ordem de Estudos”, que levava em conta o conhecimento do latim, das sagradas escrituras e de textos da tradição ocidental. Esse método foi de essencial importância na atmosfera do combate religioso travado contra os protestantes. Em primeiro lugar porque a rigidez do método preservava os membros da Companhia de se interessarem pelas “novidades” das teses protestantes e, em segundo lugar, servia-lhes em seus destinos como missionários, principalmente no chamado “Novo Mundo”, o recém-descoberto continente americano, como bem acentua o pesquisador Gilberto Luiz Alves:
[…] a inserção material da Companhia de Jesus no Novo Mundo e o combate na frente ideológica contrarreformista expunham os jesuítas à nova ordem que se instaurava e às novas ideias, o que não deixou de influenciar o comportamento político da congregação. Fosse por puro oportunismo político, pela defesa de interesses materiais da ordem religiosa ou pelo vislumbre da importância de algumas ideias novas, os padres da Companhia de Jesus revelaram maior tolerância política em relação aos adversários, o que não representava o tom dominante da Contrarreforma, principalmente da Inquisição. [1]
Sendo, em parte, flexíveis, os membros da Companhia de Jesus conseguiam articular-se bem entre os colonos da América, incluindo o Brasil e, principalmente, entre os indígenas, promovendo a catequização e o ensino do latim aos gentios. Os mais importantes textos escritos no primeiros séculos da colonização americana vieram das mães de jesuítas, como o espanhol Bartolomé de Las Casas e o português Padre António Vieira.