Os navegantes e empreendedores portugueses ao
empreender as grandes navegações desejavam comprar ou obter as
especiarias (cravo, pimenta, pau-brasil, dentre outras) e conseguir
vendê-las com uma margem de lucro de até 6.000%, como o obtido pelo
navegante Vasco da Gama. Nesse sentido, a colonização ou invasão por
Portugal das terras que hoje formam o Brasil requeriam um alto
investimento e não trariam um retorno rápido nem seguro, tal como o
proporcionados pelas especiarias.
Além disso, o pau-brasil,
entre outros produtos comerciais interessantes das terras que seriam o
Brasil não requeria a presença continuada no território, haja vista que
sua obtenção era mais fácil através do escambo com os índios (eles
cortavam a madeira em troca de bugigangas). Por essas razões, as terras
que seriam o Brasil não despertaram maior interesse de Portugal por
cerca de 30 anos.
Desse modo, apenas quando o comércio com
as Índias e outros países orientais deixou de ser tão rentável e os
portugueses já haviam desenvolvido a tecnologia para o cultivo da
cana-de-açúcar nas ilhas de Madeira e Açores, bem como outras nações
europeias (especialmente a França) ameaçavam tomar partes do território
que hoje seria o Brasil, Portugal promoveu o sistema de capitanias
hereditárias como uma tentativa de colonizar o gigantesco território que
"possuía" na América, ao mesmo tempo que o governo transferia para
particulares os gastos com a colonização.
Exceto
pela de Pernambuco e São Vicente, esse sistema de capitanias
hereditárias sem um governo geral no novo território falhou, pois os
índios lutaram bravamente contra as invasões e a escravidão, mesmo sem
passar por situação semelhante ao serem informador por outras tribos
dessas práticas pelos portugueses. Além disso, havia o ataque dos
franceses, apoiados por algumas tribos. Desse modo,
Portugal instalou o Governo-geral do Brasil, que tinha por
objetivo aumentar o sucesso do projeto colonizador, ao auxiliar os
donatários das capitanias hereditárias, bem como coibir abusos e
estabelecer procedimentos de cooperação entre as capitanias, além, é
claro, de recolher impostos e evitar a sonegação.
Um
dos fatores que também contribuiu para o sucesso da invasão foram
as gigantescas quantidades de vítimas indígenas das epidemias trazidas
pelos os portugueses enquanto os europeus não eram tão afetados pelas
mesmas doenças (em razão de, na Europa, após dezenas ou centenas de
gerações, a maior parte das pessoas eram descendentes daqueles que
apresentavam algum tipo de resistência a essas doenças) houve uma desestruturação
de muitas sociedades indígenas em razão da morte de chefes, líderes
religiosos, dentre outros detentores da cultura, de modo que se
facilitou a dominação cultural, pois muitos índios passaram a
acreditar que isso se devia ao deus dos europeus ser mais forte que os
deles, favorecendo a conversão em massa em busca de salvação contra as
epidemias e, em parte, por isso, até hoje, a maioria da população que
habita a América é cristã.
Para superar essas
dificuldades, os portugueses conseguiram se aliar a algumas
tribos, conseguindo acesso aos segredos e recursos humanos suficientes
para vencer as demais tribos. Isso resultou, por exemplo, a utilizamos o
termo "tupiniquim" para nos referirmos a nós mesmos, haja vista que a
tribo dos tupiniquins foi uma que se aliou aos portugueses. Essas tribos
parceiras os auxiliaram, especialmente através dos descendentes entre
ambos, os mamelucos, a conhecerem os segredos e as técnicas de
sobrevivência no Novo Mundo.
Contribuindo para o êxito do
projeto colonizador, os jesuítas eram bem organizados, estudiosos, e
práticos, trocando experiências sobre as práticas de catequização no
mundo inteiro, analisando quais tinham êxito ou não, bem como
apropriando-se dos idiomas e das culturas locais para melhor
converterem. Muitos índios, então, passaram a ser aldeados, adquirindo a
cultura e conhecimentos passados por esses religiosos, resultando na
origem de algumas cidades.
Os portugueses não conseguiram
obrigar os índios ao trabalho pesado na lavoura por muito tempo, pois a
agricultura era um trabalho feminino na sociedade deles, preferindo a
morte, criando-se o mito de que os indígenas seriam "preguiçosos". A
partir de então houve uma maior escravidão de negros da África,
pois a escravidão já era um prática adotada pelos próprios africanos e
pelos árabes, bem como eles já estavam acostumados ao trabalho agrícola.
Desse modo, a mão de obra africana passou a ser utilizada nas lavouras
de cana, de modo que os maiores estados produtores de cana-de-açúcar
ainda hoje apresentam boa parte da população composta por
afrodescendentes.
Vale ressaltar que a maior parte da
sociedade da época, mesmo nas cidades, era composta por índios, escravos
e uma pequena quantidade de brancos, em geral, homens portugueses.
Nesse sentido, com a quase absoluta ausência de mulheres europeias, a
miscigenação foi um fator importante para a formação da sociedade da
época, influenciando ainda hoje a composição étnica do povo brasileiro.
rose8299
Prezada,
Os navegantes e empreendedores portugueses ao empreender as grandes navegações desejavam comprar ou obter as especiarias (cravo, pimenta, pau-brasil, dentre outras) e conseguir vendê-las com uma margem de lucro de até 6.000%, como o obtido pelo navegante Vasco da Gama. Nesse sentido, a colonização ou invasão por Portugal das terras que hoje formam o Brasil requeriam um alto investimento e não trariam um retorno rápido nem seguro, tal como o proporcionados pelas especiarias.
Além disso, o pau-brasil, entre outros produtos comerciais interessantes das terras que seriam o Brasil não requeria a presença continuada no território, haja vista que sua obtenção era mais fácil através do escambo com os índios (eles cortavam a madeira em troca de bugigangas). Por essas razões, as terras que seriam o Brasil não despertaram maior interesse de Portugal por cerca de 30 anos.
Desse modo, apenas quando o comércio com as Índias e outros países orientais deixou de ser tão rentável e os portugueses já haviam desenvolvido a tecnologia para o cultivo da cana-de-açúcar nas ilhas de Madeira e Açores, bem como outras nações europeias (especialmente a França) ameaçavam tomar partes do território que hoje seria o Brasil, Portugal promoveu o sistema de capitanias hereditárias como uma tentativa de colonizar o gigantesco território que "possuía" na América, ao mesmo tempo que o governo transferia para particulares os gastos com a colonização.
Exceto pela de Pernambuco e São Vicente, esse sistema de capitanias hereditárias sem um governo geral no novo território falhou, pois os índios lutaram bravamente contra as invasões e a escravidão, mesmo sem passar por situação semelhante ao serem informador por outras tribos dessas práticas pelos portugueses. Além disso, havia o ataque dos franceses, apoiados por algumas tribos. Desse modo, Portugal instalou o Governo-geral do Brasil, que tinha por objetivo aumentar o sucesso do projeto colonizador, ao auxiliar os donatários das capitanias hereditárias, bem como coibir abusos e estabelecer procedimentos de cooperação entre as capitanias, além, é claro, de recolher impostos e evitar a sonegação.
Um dos fatores que também contribuiu para o sucesso da invasão foram as gigantescas quantidades de vítimas indígenas das epidemias trazidas pelos os portugueses enquanto os europeus não eram tão afetados pelas mesmas doenças (em razão de, na Europa, após dezenas ou centenas de gerações, a maior parte das pessoas eram descendentes daqueles que apresentavam algum tipo de resistência a essas doenças) houve uma desestruturação de muitas sociedades indígenas em razão da morte de chefes, líderes religiosos, dentre outros detentores da cultura, de modo que se facilitou a dominação cultural, pois muitos índios passaram a acreditar que isso se devia ao deus dos europeus ser mais forte que os deles, favorecendo a conversão em massa em busca de salvação contra as epidemias e, em parte, por isso, até hoje, a maioria da população que habita a América é cristã.
Para superar essas dificuldades, os portugueses conseguiram se aliar a algumas tribos, conseguindo acesso aos segredos e recursos humanos suficientes para vencer as demais tribos. Isso resultou, por exemplo, a utilizamos o termo "tupiniquim" para nos referirmos a nós mesmos, haja vista que a tribo dos tupiniquins foi uma que se aliou aos portugueses. Essas tribos parceiras os auxiliaram, especialmente através dos descendentes entre ambos, os mamelucos, a conhecerem os segredos e as técnicas de sobrevivência no Novo Mundo.
Contribuindo para o êxito do projeto colonizador, os jesuítas eram bem organizados, estudiosos, e práticos, trocando experiências sobre as práticas de catequização no mundo inteiro, analisando quais tinham êxito ou não, bem como apropriando-se dos idiomas e das culturas locais para melhor converterem. Muitos índios, então, passaram a ser aldeados, adquirindo a cultura e conhecimentos passados por esses religiosos, resultando na origem de algumas cidades.
Os portugueses não conseguiram obrigar os índios ao trabalho pesado na lavoura por muito tempo, pois a agricultura era um trabalho feminino na sociedade deles, preferindo a morte, criando-se o mito de que os indígenas seriam "preguiçosos". A partir de então houve uma maior escravidão de negros da África, pois a escravidão já era um prática adotada pelos próprios africanos e pelos árabes, bem como eles já estavam acostumados ao trabalho agrícola. Desse modo, a mão de obra africana passou a ser utilizada nas lavouras de cana, de modo que os maiores estados produtores de cana-de-açúcar ainda hoje apresentam boa parte da população composta por afrodescendentes.
Vale ressaltar que a maior parte da sociedade da época, mesmo nas cidades, era composta por índios, escravos e uma pequena quantidade de brancos, em geral, homens portugueses. Nesse sentido, com a quase absoluta ausência de mulheres europeias, a miscigenação foi um fator importante para a formação da sociedade da época, influenciando ainda hoje a composição étnica do povo brasileiro.