“Quando se fala em exército, nesse período, imaginamos sempre homens marchando a pé ou a cavalo, lutando.

Esquecemo-nos de que as mulheres, muitas vezes com filhos, acompanhavam seus maridos-soldados; além disso, como não havia abastecimento regular das tropas, muitas trabalhavam – cozinhando, lavando ou costurando – em troca de algum dinheiro (...). [Havia, ainda] a presença não apenas de mulheres que seguiam ao lado de seus companheiros, mas de várias mulheres soldados que pegaram em armas para conseguir a libertação das colônias. (...) Há variadas narrativas sobre outro tipo de participação das mulheres, por exemplo, as que trabalhavam como mensageiras, levando informações para os insurgentes. (...) ressalte-se que, a despeito dessa atuação bastante significativa, o empenho oficial para o reconhecimento de algumas dessas mulheres como “fundadoras da pátria” foi pequeno e esporádico. As homenagens públicas ou a instituição de datas nacionais comemorativas não aconteceram. Nesse particular, os mais importantes símbolos femininos nacionais continuam a ser as Nossas Senhoras, desde a de Guadalupe (...) até a de Aparecida. Entretanto, é possível encontrar vestígios concretos que lembram a atuação dessas mulheres. O mais destacado, nesse particular, parece ser a homenagem à boliviana Juana Azurduy de Padilla. O aeroporto de Sucre leva seu nome e lá também se encontra uma estátua que a representa montada a cavalo (...). Seu reconhecimento oficial torna-se mais evidente quando lembramos que Azurduy é o nome tanto de uma província do departamento de Chuquisaca como de sua capital. (...) La Pola também ganhou uma estátua em Bogotá que a mostra sentada, de olhos vendados, antes da execução pelos realistas. Sua efígie aparece na nota de dois pesos colombianos.” PRADO, Maria Ligia Coelho. A participação das mulheres nas lutas pela independência política da América Latina. América Latina no século XIX: tramas, telas e textos. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2004. p. 49-50.

Representação de Juana Azurduy de Padilla (1780-1862), construída no aeroporto de Sucre, na Bolívia. Juana Azurduy de Padilla possuía origem indígena e nasceu atual Bolívia. Foi militar, participando das guerras pela independência da América espanhola, chegando a obter a patente de tenente-coronel.

Considerando as informações acima, a seguir analise as afirmações:

I. Segundo a historiadora Maria Ligia Coelho Prado, muitas mulheres costumavam acompanhar os maridos nos campos de batalha. Várias mulheres trabalhavam ao lado das tropas, cozinhando, lavando ou costurando. A historiadora comenta que havia muitas mulheres soldados, que não iam aos conflitos necessariamente para acompanhar seus maridos, mas, sim, para integrar o combate armado. Havia, ainda, mulheres que trabalhavam como mensageiras para as inúmeras tropas.
II. De modo geral, a chamada história oficial não tem reconhecido a participação de mulheres nas guerras de independência da América espanhola. De acordo com a historiadora, o reconhecimento de sua atuação é fraco e esporádico, diante de sua importante e decisiva participação nas batalhas, que permite considerá‑las como “fundadoras da pátria”.
III. De acordo com a historiadora Maria Ligia Coelho Prado, os símbolos femininos nacionais são, em geral, aqueles ligados à religiosidade, como as imagens das Nossas Senhoras. Isso pode ser explicado, por um lado, pelo importante papel que o catolicismo tem na América Latina, e, por outro, pelo pouco interesse que a história oficial tem dado à trajetória das personalidades femininas na região.
IV. Não é comum que as mulheres sejam representadas como aconteceu à Juana, nesta estátua. Espera‑se que os alunos percebam, portanto, que o artista que elaborou esta estátua pretendia, realmente, valorizar o caráter da vida militar de Juana, destacando sua participação ativa nos conflitos. Isso não é comum, pelo menos no Brasil. Aqui, na maior parte das cidades, ou não temos estátuas homenageando mulheres ou, quando temos, elas são, em geral, representadas de maneira mais passiva. Ao longo da história da moeda do Brasil, três mulheres foram representadas em cédulas: a Princesa Isabel, em 1967, em uma cédula de 50 cruzeiros; a poetisa Cecília Meireles, entre 1989 e 1992, nas notas de 100 cruzados novos; e, em 1994, a figura conhecida como “a baiana” circulou nas cédulas de 50 mil cruzeiros reais (pouco antes da criação do real). Esses poucos exemplos demonstram que o reconhecimento das mulheres pela participação na História ainda é bastante fraco e intermitente no Brasil.

É correto o que se afirma em:

Alternativas
Alternativa 1:
I e II, apenas.

Alternativa 2:
I e III, apenas.

Alternativa 3:
I, III e IV, apenas.

Alternativa 4:
II, III e IV, apenas.

Alternativa 5:
I, II, III e IV.

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