Embora os primeiros esboços da Quinta Sinfonia datem do início de 1804, Beethoven trabalhou assiduamente na obra apenas em 1807 e terminou a composição no início de 1808. A Quinta Sinfonia foi executada, pela primeira vez, no dia 22 de dezembro de 1808, no Theater an der Wien, por um grupo de músicos angariados para o concerto, sob a regência do próprio Beethoven. Um ouvinte de hoje transportado para a Viena da época se assustaria com a precariedade dos concertos. Viena não tinha orquestras permanentes nem salas de concerto. Os concertos eram realizados nos palácios dos príncipes ou nos teatros, geralmente com acústica precária. Os músicos eram contratados para ocasiões específicas e geralmente executavam as obras com pouquíssimos ensaios, já que os cachês eram, na maioria das vezes, insuficientes para um trabalho artístico detalhado.
Um típico concerto do início do século XIX consistia de uma abertura, um concerto, uma sinfonia, árias e cenas de ópera e uma improvisação do solista. O concerto que Beethoven deu naquele dia, além de muito longo, mesmo para os padrões da época, foi longe de ser perfeito. Nele foram estreadas a Quinta e a Sexta Sinfonias, e a Fantasia Coral; o Concerto para piano nº 4 foi executado em público pela primeira vez; quanto à ária de concerto Ah! Perfido e vários movimentos da Missa em Dó maior tiveram naquela oportunidade sua primeira execução em Viena; e Beethoven ainda sentou-se ao piano para uma série de improvisações. Embora o público estivesse acostumado a concertos longos, o concerto de estreia da Quinta Sinfonia durou intermináveis quatro horas, em um teatro com sistema de aquecimento estragado. Beethoven havia requisitado o teatro durante todo o ano e lhe deram apenas uma noite morta, três dias antes do Natal. Foi uma noite longa de inverno para o público vienense, que assistiu a um concerto das 18h30 às 22h30 com obras modernas de um compositor pouco conhecido, executadas por uma orquestra que não havia ensaiado suficientemente. O compositor Johann Reichardt, que estava presente, escreveu:
“O pobre Beethoven, que finalmente realizava seu próprio concerto e conseguia seu primeiro e único pequeno lucro de todo o ano, recebeu, nos ensaios e na apresentação, apenas oposição e praticamente nenhum suporte. Os cantores e a orquestra, compostos dos elementos mais heterogêneos, não conseguiram realizar um único ensaio completo das peças apresentadas.”
A Quinta Sinfonia foi dedicada ao príncipe Lobkowitz e ao conde Razumovsky. Extremamente moderna para a época e de difícil assimilação pelo público, ela passou por um longo calvário no século XIX até se tornar, a partir da segunda metade do século XX, a obra sinfônica mais conhecida em todo o mundo. O Allegro con brio, extremamente vigoroso, inicia-se com uma breve introdução, onde ouvimos, pela primeira vez, o tão famoso motivo de quatro notas. O primeiro tema, nas cordas, é elaborado a partir desse motivo, que será ouvido por toda a obra (no primeiro movimento ele será repetido mais de duzentas vezes). As trompas anunciam o segundo tema, de caráter doce, que será apresentado pelos primeiros violinos e repetido no clarinete e flauta. Após um desenvolvimento motívico e a reapresentação dos dois temas, uma longa coda finaliza o movimento.
alves1250
Embora os primeiros esboços da Quinta Sinfonia datem do início de 1804, Beethoven trabalhou assiduamente na obra apenas em 1807 e terminou a composição no início de 1808. A Quinta Sinfonia foi executada, pela primeira vez, no dia 22 de dezembro de 1808, no Theater an der Wien, por um grupo de músicos angariados para o concerto, sob a regência do próprio Beethoven. Um ouvinte de hoje transportado para a Viena da época se assustaria com a precariedade dos concertos. Viena não tinha orquestras permanentes nem salas de concerto. Os concertos eram realizados nos palácios dos príncipes ou nos teatros, geralmente com acústica precária. Os músicos eram contratados para ocasiões específicas e geralmente executavam as obras com pouquíssimos ensaios, já que os cachês eram, na maioria das vezes, insuficientes para um trabalho artístico detalhado.
Um típico concerto do início do século XIX consistia de uma abertura, um concerto, uma sinfonia, árias e cenas de ópera e uma improvisação do solista. O concerto que Beethoven deu naquele dia, além de muito longo, mesmo para os padrões da época, foi longe de ser perfeito. Nele foram estreadas a Quinta e a Sexta Sinfonias, e a Fantasia Coral; o Concerto para piano nº 4 foi executado em público pela primeira vez; quanto à ária de concerto Ah! Perfido e vários movimentos da Missa em Dó maior tiveram naquela oportunidade sua primeira execução em Viena; e Beethoven ainda sentou-se ao piano para uma série de improvisações. Embora o público estivesse acostumado a concertos longos, o concerto de estreia da Quinta Sinfonia durou intermináveis quatro horas, em um teatro com sistema de aquecimento estragado. Beethoven havia requisitado o teatro durante todo o ano e lhe deram apenas uma noite morta, três dias antes do Natal. Foi uma noite longa de inverno para o público vienense, que assistiu a um concerto das 18h30 às 22h30 com obras modernas de um compositor pouco conhecido, executadas por uma orquestra que não havia ensaiado suficientemente. O compositor Johann Reichardt, que estava presente, escreveu:
“O pobre Beethoven, que finalmente realizava seu próprio concerto e conseguia seu primeiro e único pequeno lucro de todo o ano, recebeu, nos ensaios e na apresentação, apenas oposição e praticamente nenhum suporte. Os cantores e a orquestra, compostos dos elementos mais heterogêneos, não conseguiram realizar um único ensaio completo das peças apresentadas.”
A Quinta Sinfonia foi dedicada ao príncipe Lobkowitz e ao conde Razumovsky. Extremamente moderna para a época e de difícil assimilação pelo público, ela passou por um longo calvário no século XIX até se tornar, a partir da segunda metade do século XX, a obra sinfônica mais conhecida em todo o mundo. O Allegro con brio, extremamente vigoroso, inicia-se com uma breve introdução, onde ouvimos, pela primeira vez, o tão famoso motivo de quatro notas. O primeiro tema, nas cordas, é elaborado a partir desse motivo, que será ouvido por toda a obra (no primeiro movimento ele será repetido mais de duzentas vezes). As trompas anunciam o segundo tema, de caráter doce, que será apresentado pelos primeiros violinos e repetido no clarinete e flauta. Após um desenvolvimento motívico e a reapresentação dos dois temas, uma longa coda finaliza o movimento.