Desafio Diante desta breve contextualização das abordagens teóricas que, predominantemente, estruturaram

o “saber histórico escolar” explique:

1) De que modo a opção do ensino de História por eixos temáticos, indicada no PCN, estimula que a prática docente atual rompa com os clássicos paradigmas historiográficos?

2) Considerando que a chamada Nova História trouxe, para a construção do saber histórico, novos objetos e personagens de estudo, assim como problematizações em torno da vida cotidiana das pessoas comuns e de temas ligados às práticas culturais de grupos sociais variados, de que maneira estes temas podem ser trabalhados em sala de aula pelo professor e incorporados ao saber histórico escolar?

Padrão de resposta esperado

1) Uma leitura atenta sobre a constituição do ensino da História na Europa e no Brasil, tal como apresentada nos PCN, faz o aluno reconhecer que os paradigmas historiográficos tradicionais têm uma orientação que enfatiza a História da Europa. É a partir desta que a história dos demais continentes é abordada, reforçando a questão do progresso das organizações sociais, econômicas e políticas ditadas por um modelo europeu único, como se, no limiar de cada data que assinala um fato histórico central para a história europeia, um novo modo de vida se inaugurasse automaticamente em todos os lugares. Não há problematização sobre permanências, nem preocupação com uma aproximação da vida comum das pessoas. A abordagem por meio dos eixos temáticos apresentada nos PCN incentiva a inserção da vida atual, seus problemas e contradições, num contexto histórico mais amplo das dificuldades vivenciadas por outras pessoas em outros lugares e em momentos do passado. Essa abordagem pretende romper com a noção de história linear e sucessiva, apontando para a multiplicidade de temporalidades coexistentes, resultantes das diferentes práticas e grupos sociais em interação. A abordagem temática permite que o professor escolha o ponto de partida de sua narrativa sobre a História e o contextualize com a demarcação temporal e espacial, e não o contrário: partir de uma demarcação temporal e espacial, então construindo uma narrativa.

2) A segunda questão pretende fazer com que o aluno reflita sobre o modo de apropriação do que é sugerido nos PCN. Partindo do ponto de apoio do conceito básico de História como o estudo "da vida das pessoas em certo tempo e lugar", pode-se concluir que, em qualquer período de tempo ou lugar, as questões de manutenção da existência humana são idênticas: como as pessoas vivem, trabalham, alimentam-se, divertem-se, celebram, morrem; enfim, este tipo de reflexão pretende despertar a apropriação da abordagem temática a fim de fazer os alunos se identificarem com as vidas das pessoas comuns que constituem a história, que agem e que sofrem os efeitos de decisões políticas. A resposta para essa questão também pode ser descritiva: em uma resposta desse tipo, espera-se que o aluno relacione o que entende como novos objetos e personagens de estudo ou exemplifique a abordagem da Nova História com questões da vida cotidiana. O importante é que ele demonstre o entendimento da relação entre a existência das pessoas comuns e a construção do saber histórico na escola.

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