Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu oficio. Elas começam com uma

primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer. RAMOS, Graciliano. Apud SILVEIRA, JOEL. Rio de Janeiro:Editora Mauad, 1998, p. 77 Todo texto é produzido tendo como princípios diferentes elementos da comunicação, a intenção de quem o produz, o sentido preterido e os recursos utilizados para atingir determinado sentido. Tendo isso em mente, pode-se dizer que a comparação utilizada por Graciliano Ramos
a) promove um distanciamento entre lavar roupa e escrever.
b) promove uma abstração entre lavar roupa e escrever.
c) promove uma associação entre lavar roupa e escrever.
d) promove uma ressignificação do ato da escrita na prática de lavar roupa.
e) promove uma crítica a quem quer escrever de qualquer forma.

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