É comum associar a corrupção na esfera pública e a impunidade a regimes autoritários, sem eleição ou com eleições fraudadas, sem Parlamento ou

com Parlamentos fictícios, onde não exista liberdade de expressão, com imprensa censurada e o Judiciário submisso ao Executivo e onde as leis só valham enquanto for do interesse dos poderosos.
A explicação para a coexistência de corrupção, impunidade e regimes autoritários é que não existem freios ou contrapesos para controlar os abusos dos governantes, que, assim, exercem um poder absoluto. Já se afirmou que o poder corrompe, mas o poder absoluto corrompe absolutamente.
O remédio utilizado para combater a corrupção foi a democracia e a liberdade. Em regimes democráticos, o poder político é controlado por lei e instituições e, mais importante, sujeito a cobranças populares. Com isso, o espaço para malversação do patrimônio público foi reduzido e culpados puderam ser punidos.
Mas e o Brasil? A Constituição, em seu artigo 1º, dispõe que o Brasil é um Estado democrático de Direito e, a seguir, arrola os direitos e as garantias individuais, coletivas e sociais.
No entanto, frustrando a esperança de tantos que lutamos pela redemocratização, a percepção de corrupção e a sensação de impunidade no setor público perduram, se é que não aumentaram. O que deu errado?

FILHO, André Franco Montoro. Por que a impunidade é tão frequente no Brasil? Folha de S. Paulo - SP - OPINIÃO - 10/09/2009.

O texto de André Franco, publicado durante os escândalos do Mensalão, em 2009, aborda uma discussão trazida sobre os atos infracionais ocorridas no Brasil, bem como sua devida punição. Pode-se apontá-lo como um artigo de opinião, e não um editorial, porque

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