7. Produza um poema - cordel sobre o tema Nordeste. Fique li

vre para escolher algum personagem da cultura nordestina, bem como as manifestações culturais do Nordeste: danças, comidas, musicas e outros. Produza 3 estrofes de 6 versos, cada.​

1 Resposta

  • senhorHidan34

    Resposta:

    Explicação:

    Sou fio das mata, cantô da mão grosa

    Trabaio na roça, de inverno e de estio

    A minha chupana é tapada de barro

    Só fumo cigarro de paia de mio

    Sou poeta das brenha, não faço o papé

    De argum menestrê, ou errante cantô

    Que veve vagando, com sua viola

    Cantando, pachola, à percura de amô

    Não tenho sabença, pois nunca estudei

    Apenas eu seio o meu nome assiná

    Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre

    E o fio do pobre não pode estudá

    Meu verso rastero, singelo e sem graça

    Não entra na praça, no rico salão

    Meu verso só entra no campo da roça e dos eito

    E às vezes, recordando feliz mocidade

    Canto uma sodade que mora em meu peito

    O poema em questão retrata o trabalhador da roça, o homem simples do campo. O autor, Antônio Gonçalves da Silva, que ficou conhecido por Patativa do Assaré, nasceu no sertão do Ceará em 1909.

    Filho de camponeses, Patativa sempre trabalhou na lida do campo e estudou poucos anos na escola, o suficiente para ser alfabetizado. Começou a fazer poemas de cordel por volta dos 12 anos e, mesmo com o reconhecimento, nunca deixou de trabalhar na terra.

    Nesse cordel, Patativa então descreve seu modo de viver, fazendo um paralelo com a vida de tantos brasileiros, homens e mulheres filhos do sertão e trabalhadores rurais.

    2. Ai se sesse - Zé da Luz

    Se um dia nós se gostasse

    Se um dia nós se queresse

    Se nos dois se empareasse

    Se juntin nós dois vivesse

    Se juntin nós dois morasse

    Se juntin nós dois durmisse

    Se juntin nós dois morresse

    Se pro céu nos assubisse

    Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse

    A porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice

    E se eu me arriminasse

    E tu com eu insistisse pra que eu me aresolvesse

    E a minha faca puxasse

    E o bucho do céu furasse

    Talvez que nos dois ficasse

    Talvez que nos dois caísse

    E o céu furado arriasse e as virgem todas fugisse

    Em Ai se sesse, o poeta Zé da Luz elabora uma cena fantasiosa e romântica de um casal de enamorados que passa toda uma vida juntos, sendo companheiros na morte também.

    O autor imagina que quando chegasse ao céu, o casal teria uma discussão com São Pedro. O homem, com raiva, puxaria uma faca, "furando" o firmamento e libertando os seres fantásticos que lá vivem.

    É interessante observar a narrativa desse poema, tão criativo e surpreendente, combinado com a linguagem regional e considerada "errada" em termos gramaticais. Poemas assim são exemplos de como o chamado "preconceito linguístico" não tem razão de existir.

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