Atividades Após estudo sobre o conto fanástico e leitura d

o texto, responda as questões a seguir. O Saci Hugo de Carvalho Rames Por aquele tempo o saci andava desesperado. Tinham-lhe surrupiado a cabaça de mandinga. O moleque, extremamente irritado, vagueava pelos fundões de Goiás. Pai Zé, saindo um dia à cata dumas raízes de mandioca castelá que sinhá-dona lhe pedira, topou com ele nos grotões da roça. O preto, abandonando a enxada e de queixo caído, olhava pasmado o negrinho que lhe fazia caretas e trejeitos, a saltar no seu único pé, e fungando terrivelmente. - Vancê quer alguma coisa? – perguntou pai Zéadmirado, vendo agora o moleque rodopiar como o pião do ioiô. - Olha negro – respondeu o saci, - vancê gosta de sá Quirina, aquela mulata de sustância; pois eu lhe dou a mandinga com que ela há de ficar enrabichada, se vancê me arranja a cabaça que perdi. Pai Zé, louco de contentamento, prometeu. A cabaça, ele sabia-o, fora amoitada pelo Benedito Galego, um caboclo sacudido que, cansado das malandrices do moleque, a tinha roubado das grimpas do jatobá grande, lá nas roças do ribeirão. Pai Zé fora um dos que o tinham aconselhado, para obstar que o saci, como o era o seu costume quando incomodado, tornasse a levantar as árvores da derrubada que o Benedito fizera nessas terras. Arrastando as alpercatas de couro cru pelas terras de sã feitor, pai Zé capengava satisfeito e inchado com a promessa do saci. Desde Santo Antônio que ele rondava sá Quirina, procurando sempre ocasião de lhe mostrar que, apesar dos seus sessenta e cinco anos e meio, um olho de menos e falta de dente na boca, não era negro para se desprezar assim por um canto, não-que sustância ainda ele tinha no peito para aguentar com a mulata e mais a trouxa de sá Quitéria, sua mulher, se ele tinha! Mas a cafuza era dura da gente convencer. Toda a cloquência que ele penosamente engendrara em seu bestunto de africano e que lhe tinha despejado pela festa de São Pedro, não teve outro resultado senão a fuga da roxa quando o encontrava. -Mas agora-gaguejava o preto-eu lhe amostro, que o saci é mesmo bicho bom pra deitar um feitiço. Com a rica dádiva dum quartilho de cachaça e meia mão do seu fumo pixuá, pai Zé alcançou do Galego a cabaça desejada. Sá Quitéria, porém, não via com bons olhos o afa de seu velho pela posse da milonga. E ela também sabia deitar e tirar quebranto, se sabia! Perguntassem à bruxa da nhà Benta, que desde vésperas de Reis estava entrevada na trempe do jirau; e não era o zarolho e cambaio do seu homem que a enganasse. Por isso, a velha ciumenta estava de tocaia, desejosa por saber do seu intento. Lá ia pai Zé, arrastando novamente as alpercatas de couro cru pelas terras de sô feitor, à entrevista do saci. Atrás dele, sorrateira, lá ia também sá Quitéria. O negro chegou aos grotões e chamou pelo saci, que de pronto apareceu. - Toma lá a sua cabaça de mandinga, seu saci, e dá-me cá o feitiço pra sá Quirina. O moleque desbarretou-se, tirou uma pitada grossa da cumbuca, fungou, e, entregando o resto a pai Zé, disse: - Dá-lhe a cheirar esta pitada, que a crioula é sua escrava. E desapareceu, fungando, pulando no seu único pé, nos grotões e covoadas da roça. - Ah, negro velho dos infernos, que conheci a tua tramoia - gritou sá Quitéria furiosa, saindo do bamburral e segurando-o pelo papo. E, na luta do casal, lá se foi o feitiço que o pobre pai Zé adquirira com o sacrificio dum quartilho de cachaça e a meia mão do seu bom fumo pixuá. Desde então, nunca mais houve paz no casal, que se devorava às pancadas; e pai Zé arrenegava sem descanso o maldito que introduzira a discórdia no seu rancho. -Porque, Ioiô-concluiu o preto velho que me contava esta história - a todo aquele que viu e falou com o saci, acontece sempre uma desgraça. Marcadores: Contos, Garimpe Literário-Contos Hugo de Carvalho Ramos, Hugo de Carvalho Ramos-O Saci. O Intérprete do Sertão, O Soci, O Saci (Conto) Responda 1) Identifique os conceitos de conto fantástico nos itens abaixo: a) ()0 gênero conto fantástico teve sua origem no Séc.IX. b) ()0 conto fantástico surgiu como forma de denunciar a realidade opressiva vivido pelos anos de ditadura. c) () No gênero fantástico, os textos são pautados numa realidade não lógica. d) A narrativa do conto fanático se desenrola num mundo irreal ou universo onirico, marcado pelo absurdo, a inverossimilhança e situações e ações extraordinárias. Interpretando o conto O saci: 2) Qual é o título do texto? E qual é o tema? 3) Cite quais são os personagens do texto. 4) Quem é o autor do texto? a) () Cora Coralina b) Hugo de Carvalho Ramos c) Bernardo Élis D) Gilberto Mendonça Teles 5) No trecho: "Tinham-lhe surrupiado a cabaça de mandinga.", dê o significado das palavras em negrito". 6. O texto "O saci", é um conto fantástico. Justifique. 7. A linguagem usada no conto pelo autor é a) ( ) formal b) () regional c) coloquial d) ( ) confusa​

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