Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão – coveiro – era cavar. Mas, de repente, na distração

do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que, sozinho, não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouvia um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que lá vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: ―O que é que há?‖. O coveiro então gritou desesperado: ―Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível!‖. ―Mas, coitado!‖ condoeu-se o bêbado – ―Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!‖ E pegando a pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.

1) apresente com trechos do texto os elementos que compõe a narrativa em questão:
enredo:
tempo:
espaço:
narrador:
personagens:

2)explicite, com trechos do texto, a sequência de ações que compõe o enredo:
apresentação:
complicação:
clímax:
desfecho:

3) passe o discurso direto para o indireto. observe que haverá mudança de tempo verbal:

-Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou: " O que é que há?"

-O coveiro então gritou, desesperado: "tire-me daqui, por favor. estou com um frio terrível!"

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