EstiloParágrafoOuvimos com frequência opiniões alarmantes a respeito do futuro de nossa língua. Asvezes

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Parágrafo
Ouvimos com frequência opiniões alarmantes a respeito do futuro de nossa língua. As
vezes se diz que ela vai simplesmente desaparecer, em beneficio de outras línguas
supostamente expansionistas; ou que vai se misturar com o espanhol; ou que vai se corromper
pelo uso da gíria e das formas populares de expressão (do tipo: o casaco que cê ia sair com ele
ta rasgado). Aqui pretendo trazer uma opinião mais otimista: a nossa língua, estou convencido,
não está em perigo de desaparecimento, muito menos de mistura. Por outro lado, acredito
que nossa lingua está mudando e certamente não será mais a mesma.
O que é que poderia ameaçar a integridade ou existência de nossa língua? Um dos
fatores, frequentemente citado, é a influência do inglês - o mundo de empréstimos que
andamos fazendo para nos expressarmos sobre certos assuntos. Não se pode negar que o
fenômeno existe, o que mais se faz hoje em dia é surfar, deletar ou tratar do marketing. Mas
isso não significa o desaparecimento da língua portuguesa. Empréstimos são um fato da vida e
sempre existiram. Hoje pouca gente sabe disso, mas avalanche, alfaiate, pingue-pongue são
palavras de origem estrangeira. Certamente, ninguém vé ameaça nelas. Não há o menor
sintoma de que os empréstimos estrangeiros estejam causando lesões; a maioria, aliás,
desaparece em pouco tempo e os que ficam, são assimilados pelos usuários.
O portugués, como toda língua, precisa crescer para dar conta das novidades sociais,
tecnológicas, culturais e também pode criar palavras com seus próprios recursos, como
"ecologia" - ou estender o uso de palavras antigas com novos sentidos “executivo", "celular"
que não significam hoje coisas que significavam há vinte anos. Mas isso não quer dizer que a
língua esteja em perigo. Está mudando, como sempre mudou. Se não mudasse, ainda
estaríamos falando latim. Achar que a mudança da língua é um perigo, é como achar que o
bebé está "em perigo” de crescer. Não estamos em perigo de ver nossa língua submergida
pela maré de empréstimos ingleses. A língua está aí, inteira: a estrutura gramatical não
mudou, a pronúncia é ainda inteiramente nossa e o vocabulário é mais de 80% de fabricação
nacional,
Uma atitude mais construtiva é reconhecer os fatos, aceitar nossa língua como ela é e
desfrutar dela em toda sua riqueza, flexibilidade e expressividade.​

1 Resposta

  • Pattiniantonia

    Sim é uma palavra ditongo

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