LEIA... Nasce um escritorO primeiro dever passado pelo novo professor de português foi uma descrição tendo

o marcomo tema. A classe inspirou, toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nuncadantes navegados, o episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no internato, eu vivia da saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhéusfoi o tema da minha descrição. Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho esolene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediuque escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, o autor daquela páginaseria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos. Passei a ser uma personalidade, segundo os cânones do colégio, ao lado dos futebolistas, os campeões de matemática e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numaespécie de Círculo Literário onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentirprisioneiro, sensação permanente durante os dois anos em que estudei no colégio dos jesuítas. Houve, porém, sensível mudança na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomoumesob sua proteção e colocou em minhas mãos livros de sua estante. Primeiro “As viagens deGulliver”, depois clássicos portugueses, traduções de ficcionistas ingleses e franceses. Datadessa época minha paixão por Charles Dickens. Demoraria ainda a conhecer Mark Twain, onorte-americano não figurava entre os prediletos do padre Cabral. Recordo com carinho a figura do jesuíta português erudito e amável. Menos por me haveranunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver me revelado omundo da criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer maisleve a minha prisão, a minha primeira prisão. Jorge Amado. “O menino Grapiúna”. Rio de Janeiro: Record, 1987. p.117-120. 1)Segundo o texto, o novo professor de português pediu aos alunos uma descriçãocom o tema “o mar”. O narrador escolheu o mar de Ilhéus. Explique essa escolha: ​

1 Resposta

  • Ferkaso

    1- Ao ler o texto, "Nasce um Escritor", vemos que a escolha do menino em descrever o mar de Ilheus ocorreu porque era um lugar que o menino já havia visitado e que sentia saudades.

    2- "Não regateou elogios"  significa o mesmo que "Não poupou elogios" (letra a).

    A palavra regateou no dicionário, tem como significado poupar, pechinchar.

    3- A sensação que o menino falava era a de aprisionamento

    Para o menino estudar no colégio Jesuítas era como estudar em uma prisão, por causa das limitações do internato. Lá ele não sentia a sensação de liberdade, se sentia preso.

     

    4- O texto que mostra o fato que mudou a vida do autor no colégio é "Cabral tomou-me sob sua proteção e colocou em minhas mãos livros de sua estante."

     

    Nesse trecho o menino mostra que os livros dados por Cabral a ele, o fizeram sentir novamente a liberdade, mesmo estando em um internato.

     

    5- A ideia mostrada no trecho é de "tempo". Pois a palavra primeiro, denota a ordem cronológica das leituras realizadas.

     

    6- A vírgula mostra a enumeração de itens correlacionados.

    Vemos que a vírgula traz o sentido de continuação pra frase, mostrando que as leituras se relacionavam.

     

    7- Ao mencionar "conhecer Mark Twain" o menino faz uso de uma metonímia.

    Pois o menino usa a palavra conhecer fora de seu uso comum.

     

    8- O motivo secundário de carinho que o menino tinha pelo jesuíta, era "por lhe haver anunciado escritor".

     

    Para o menino o amor pelos livros passado, era o primeiro motivo de carinho e por ter sido anunciado escritor era só uma consequência lago secundario

     Espero ter ajudado :)

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