O estádio do espelho foi proposto pelo psicanalista francês Jacques Lacan, seguidor e intérprete de Sigmund Freud, pai da psicanálise. 

O conceito foi desenvolvido com influência forte dos trabalhos do psicólogo Henri Wallon, que fez uma série de observações sobre as interações de humanos e animais não-humanos com seus reflexos em espelhos. 

Lacan via o estádio do espelho como o momento em que a criança reconhecia a si mesma através de seu reflexo, sendo um marco histórico no desenvolvimento mental dela. 

Um outro aspecto importante desse momento seria seu valor "estrutural", relacionado ao quadro mental da criança de maneira mais ampla. O reflexo forneceria uma imagem completa e imaginária com a qual o Eu se identifica, que entraria em conflito com a experiência concreta de um corpo fragmentado, devido à ausência de coordenação total do corpo de um bebê. 

Uma hipótese de Lacan era a de que o Eu surgia a partir desse momento de falso reconhecimento de uma unidade, de um todo. Assim, o sujeito se dividiria de forma a apresentar no campo imaginário uma imagem com a qual ele passa a se identificar, que é o que chamamos "Eu" ou "Ego" na psicanálise.