tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atrevese o tempo a colunas de

mármore quanto mais a corações de cera! São as feições como as vidas, em que não há mais certo sinal de haverem durado pouco, do que terem durado muito. São as vidas como linhas espirais, que partindo do centro, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão vigoroso que chegue a ser velho. De arco e echa que lhe armou a natureza, desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco com que já não mais atira; embota-lhe a seta, com que já não mais fere; abre-lhe os olhos, com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda essa diferença, é, porque o tempo tira a novidade das coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem mais as mesmas. Gastase o ferro com o uso quanto mais o amor! O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos. (VIEIRA. Padre Antônio, Sermões. Sermão do Mandato, parte III. São Paulo: Hedra, 2001. Adaptado.) O sermão é um texto por excelência persuasivo e argumentativo. Padre Antônio Vieira como estratégia argumentativa, utilizava muitas guras de estilo. Isso se percebe no texto acima, pois apresenta  CONTADOR DE TEMPO comparação em: ‘Atreve-se o tempo a colunas de mármore quanto mais a corações de cera!’ metáfora em: ‘São as vidas como linhas espirais, que partindo do centro, quanto mais continuadas, tanto menos unidas

1 Resposta

  • Wanessa

    bom, não sei direito como lhe ajudar, mas se fosse eu, faria as atividades pendentes dia de semana depois da aula (sem parar pra internet) e fim de semana eu estudaria, eu sei que parece difícil mas é o que eu iria fazer, só não deixe mais chegar a esse ponto.

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