3- sociedades indígenas e o mundo contemporâneo

1 Resposta

  • Tay

    Desde o fim do século XIX, a própria Antropologia se dedicou a questionar os modelos evolucionistas. O principal recurso para a construção dessa crítica foi o conceito de cultura. No Capítulo 2 veremos como esse conceito possibilitou o combate a hierarquias e preconceitos étnicos originados das teorias evolucionistas. Por ora, vamos conhecer um "mecanismo" intelectual importante no entendimento de experiências de vida muito distintas das nossas: o combate ao etnocentrismo.

    A partir do século XX, as teorias evolucionistas passaram a ser vistas pelos antropólogos como etnocêntricas, pois adotavam os valores e critérios próprios de sua sociedade como parâmetro para todas as demais. Afirmar que a evolução tecnológica é um parâmetro para avaliar a evolução das sociedades só poderia ocorrer em uma sociedade em que a evolução tecnológica é muito valorizada. Dificilmente uma sociedade organizada em outros termos escolheria esse critério. Ou seja, quando analisamos outras sociedades por meio de critérios próprios da nossa, estamos sendo etnocêntricos. E isso significa que não estamos realmente olhando para outras sociedades, mas apenas procurando nelas aquilo que reconhecemos em nós como fundamental. Para desfazer a ideia do suposto primitivismo das populações não ocidentais, é necessário um olhar não etnocêntrico, que reconheça uma complexidade que tenha sentido e significado no interior dessas sociedades.

    Do final do século XIX até meados do século XX, antropólogos se dedicaram a documentar a vida indígena em vários lugares do mundo com uma preocupação generalizada: a de que os povos indígenas estavam "acabando". Havia a convicção de que o avanço do sistema capitalista levaria à extinção dessas populações. Alguns acreditavam que isso aconteceria inevitavelmente, como um fator natural da evolução social. Outros simplesmente constatavam que o capitalismo impedia aquelas sociedades de continuar a se reproduzir como vinham fazendo tradicionalmente.

    E como isso acontecia? Com a expansão gradual do controle e invasão de terras indígenas. Para tomar um exemplo brasileiro, o interesse pelas terras tradicionalmente ocupadas pelos indígenas levou aos maiores abusos. O antropólogo brasileiro Mércio Pereira Gomes (1950-), em seu livro Os índios e o Brasil (Vozes, 1988), cita o caso dos indígenas Canela Fina, na Vila de Caxias, no sul do Maranhão, que por volta de 1816 receberam como "presente" de fazendeiros interessados em suas terras roupas infectadas com o vírus da varíola, levando a uma epidemia e a um grande morticínio.

    Apesar dos números e relatos que demonstram a dizimação de grupos indígenas durante os séculos pós-conquista colonial, as nações indígenas praticaram ações e estratégias de resistência física e cultural. Ao longo do século XX, muitas delas se mobilizaram para defender seus direitos. O fim do século XX testemunhou uma revitalização das populações indígenas, embora em muitos lugares do mundo os processos de opressão permaneçam

    Explicação:

    espero ter ajudado!

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