Indiferentes “Odeio os diferentes. Como Frederico Hebbel acredito que “viver significa tomar partido”.

Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os diferentes.
A indiferença é o peso morto da história. É a bola de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam frequentemente os entusiasmos mais esplendorosos. (...)
A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; é aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mais bem construídos. É a matéria bruta que se rebela contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heroico (de valor universal) pode gerar, não se deve tanto a iniciativa dos poucos que atuam, quando à indiferença de muitos. O que acontece não acontece tanto porque alguns queiram, mas porque a massa dos homens abdica de sua vontade, deixa de fazer, deixa de enrolarem os nós que, depois, só a espada poderá cortar; deixa promulgar leis que, depois, só a revolta fará anular; deixa subir ao poder homens que, depois, só a sublevação poderá derrubar. (...)
Os fatos amadurecem na sombra porque mãos, sem qualquer controle a vingá-las, tecem a teia da vida coletiva e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões restritas, os objetivos imediatos, as ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens ignora, porque não se preocupa."
GRAMSCI, Atonio. Lá cittá futura. Turim, 11, fevereiro de 1917.

Comentem estes trechos do pensamento em texto de Gramsci:

“ Indiferença é abulia, é parasitismo, é covardia, não é vida”;

“A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua”

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