Leia o texto a seguir: Terra indígena Tenondé PorâO povo Guarani habita a região da Mata Atlântica

Leia o texto a seguir: Terra indígena Tenondé Porâ

O povo Guarani habita a região da Mata Atlântica meridional há milênios. Mas, nos últimos 500 anos, essa região, que para nós não tem fronteiras e que chamamos de Yvyrupa (leito ou plataforma terrestre) foi

imensamente devastada pelos não indígenas, os jurua: aqueles que tem “cabelo na boca”.

Enquanto devastavam as matas, expulsavam, escravizavam e matavam nossos
antepassados, os jurua também criaram várias fronteiras, de países e
estados, em nosso território tradicional. Hoje, nossos parentes espalham-se
em aldeias separadas por essas fronteiras, desde o estado do Espírito Santo

até o Rio Grande do Sul, mas também na região noroeste da Argentina e na
parte oriental do Paraguai. Apesar dos Bandeirantes de São Paulo terem quase exterminado

nossos antepassados que viviam na região, nós, seus descendentes, sobrevivemos. Muitas vezes fugindo e nos escondendo em matas

inacessíveis, mas sempre que possível voltamos para as aldeias que nossos

avós conheciam, nas proximidades da Serra do Mar.

No passado, além de termos que frequentemente nos esconder, as

autoridades jurua também buscavam invisibilizar nossa presença na região e

por isso há poucos registros dela, mesmo assim, existem alguns, como a documentação histórica proveniente de escritos do pintor e historiador Benedito Calixto, que testemunha a intensa presença do nosso povo Guarani na “Serra de Santa Cruz dos Parelheiros” desde a virada do XIX para o XX.
É nessa região, de ligação entre o litoral e o planalto, que possuímos
nossas trilhas milenares e onde fizemos diversas aldeias. E apesar de todo

impacto gerado pelos jurua nos tempos recentes, como a construção de
ferrovias e o desmatamento para a produção de carvão que marcaram o início
do século XX, seguimos com nossas aldeias nesse território, e que hoje está

finalmente demarcado: A Terra Indígena Tenondé Porã.
Um território que serve de lar não só para nós, que nascemos e

crescemos aqui, mas para todos os nossos parentes guarani, que mesmo
espalhados pela Yvyrupa, seguem atravessando as fronteiras criadas pelos
jurua – algo que sempre fizemos desde antes da chegada deles –, garantindo

a circulação das famílias guarani no pouco que restou das matas que há

milênios habitamos.

Reflita: o texto retrata uma realidade encoberta pelo “agora”?

Estamos tão imersos nos limites e fronteiras atuais da cidade e do campo que

parece que sempre foi assim, não é verdade?! Algo natural. Mas não é!

1- Faça uma interpretação com os dados do texto e elabore um parágrafo

no mínimo 5 linhas e no máximo 10 linhas.​

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