Não tinham armas de fogo, porém, nem mesmo elas mereciam confiança para portar armas de fogo. As armas
eram para os guardas. Os guardas não tinham permissão para entrar no prédio exceto quando eram chamados, e não tínhamos permissão para sair, exceto para as caminhadas, duas vezes por dia, duas a duas, ao redor do campo de futebol que agora estava cercado por uma cerca reforçada de malha metálica com rolos de arame farpado no alto.. Eram objetos de medo para nós, mas também algo mais. Se ao menos nos olhassem. Se ao menos pudéssemos falar com eles. Alguma coisa poderia ser negociada, acreditávamos algum acordo feito, alguma permuta, ainda tínhamos nossos corpos. Essa era a nossa fantasia. (Margaret Atwood, O conto da aia,1985). As práticas descritas no texto são compatíveis com a dinâmica de uma sociedade disciplinar coordenada pelo biopoder que era entendido por Foucault como: A) o poder da valorização hedonista do corpo, como uma forma de alienação das mentes. Cada vez mais a sociedade perde seu potencial transformador da ordem vigente. B) As estruturas e mecanismos de bem-estar social, onde a tecnologia moderna é usada para o controle da vida onde o indivíduo moderno, onde mesmo o individuo se considerando livre ainda se encontra preso. C) a realocação do poder, que se torna um poder uniformo e polivalente, capaz de tornar os corpos individuais úteis e hábeis à sociedade. A isso está relacionado o surgimento de uma série de saberes e de ciências sobre o homem. D) a valorização positiva da ética do bem-estar. As novas preocupações com os corpos têm como objetivo melhorar a vida dos cidadãos e isso traz consigo uma série de benefícios à sociedade, como, por exemplo, o aumento da expectativa de vida da populaçãoYarawaneska está aguardando sua ajuda, Clique aqui para responder.