“Todo poder de violência simbólica acrescenta sua força simbólica as relações de força material

que estão na base de sua força simbólica” alguém poderia me explicar essa frase ?

1 Resposta

  • Melissamoraes

    Se liga na resposta...

    O cerne da teoria da reprodução é constituído por outra teoria de grande

    relevância: A teoria da violência simbólica. É pelo exercício da violência simbólica que os  aparelhos de Estado reproduzem as relações de dominação. Salientando que a força dessa  violência é dada pela força real detida pela classe dominante. Assim posto, segundo Cunha , o axioma central da teoria da reprodução, de Boudier e Passeron, é: “Todo poder  de violência simbólica acrescenta sua força simbólica às relações de força material que estão  na base de sua força simbólica”.

     

    É através da violência simbólica que se exerce o poder de violência simbólica.

    Definindo essa noção de poder ao modo weberiano, nosso pedagogo afirma que “o poder de  violência simbólica é a capacidade que têm os grupos ou classes detentores do poder de  violência material de impor aos grupos ou classes dominados significações legítimas.”

    A força do poder de violência simbólica (a força simbólica) é dada  pelas “comunicações culturais, como os programas dos meios de comunicação de massa, a  doutrinação política, a pregação religiosa, a educação escolar, a prática desportiva, etc”.

    O autor interpreta que, para a teoria dos sociólogos franceses, essa  força simbólica, que, em primeira instância, é dada pela força material dos grupos ou classes  dominantes, não está em confronto com uma força reagente advinda dos grupos ou classes  subalternos: não se estabelece uma relação de forças ao modo da análise marxista sobre a  realidade. Distinguindo-se da interpretação de Fullat, nosso pedagogo não  coloca os sociólogos franceses no rol dos marxistas. Cunha esclarece que:

    Num contexto teórico marxista, quando se fala de relações de força, entre classes  sociais, por exemplo, subentende-se que todas as classes têm capacidade de exercer  força sobre outra, (...) Mas, não é isso que percebo na teoria de Bourdier e Passeron.  Parece-me que eles subentendem uma relação de forças onde um lado é que tem o poder de exercer forças sobre outro: o pólo dominante exerce força sobre o dominado, o qual não tem poder de exercê-lo no sentido contrário. (...). Assim entendido, não teria sentido, a rigor, falar de relações de força entre grupos ou classes, numa formação social determinada, mas, tão-somente, entre frações dos grupos ou classes dominantes.

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