A conquista da América se deu no contexto da expansão marítima europeia, também chamada de Grandes Navegações. O expansionismo marítimo dos séculos XIV e XV marcou o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna. Alguns historiadores consideram as grandes navegações como o começo de um processo de globalização, devido ao crescimento das relações estabelecidas entre diversos continentes.

Por que expandir?

Dentre os fatores que motivaram e possibilitaram a expansão marítima estão: o lucrativo comércio de especiarias e o surgimento dos Estados Modernos. As especiarias, como noz moscada, canela e pimenta do reino, possuiam um alto valor no mercado europeu. No entanto, sua comercialização era dominada pelos árabes, que controlavam as rotas do mar mediterrâneo. Além disso, havia a busca de metais preciosos, visto que países europeus, como Portugal, tinham déficit de metais.

A formação dos Estados Nacionais Modernos, ou seja, o fortalecimento do rei criando alianças com a burguesia e a nobreza, possibilitou a centralização política e os investimentos necessários para a expansão marítima.Causas da Expansão Marítima

Crise do século XIV (culminando na queda de Roma)

Economia de subsistência (base agrícola)

Crescimento demográfico

Fome (1315)

Esgotamento do solo

Maior volume de desmatamento

Desestruturação da produção

Diminuição da mão de obra

Peste (1348) – originária do Oriente (China 1346) matou 1/3 da população europeia, chegou através do movimento de expansão da fé

Guerras – Reconquista (séculos XI/XV) / Guerra dos 100 anos

Quais foram os pioneiros nas Grandes Navegações?

O pioneiro na consolidação de um Estado Nacional foi Portugal, por meio da Revolução de Avis, que consequentemente acabou sendo o primeiro a iniciar sua expansão marítima. A estratégia adotada pelos portugueses para chegar às Índias, almejando o lucrativo comércio de especiarias, foi o périplo africano, ou seja, contorno da costa da África para chegar ao Oriente.

Logo após a centralização de Portugal, ocorreu a centralização da Espanha, possibilitada pelo casamento dos reis católicos, Fernando e Isabel, e a expulsão dos mouros da Península Ibérica. Os espanhóis, no entanto, adotaram uma nova estratégia para alcançar o Oriente, a chamada circum-navegação, realizada por Cristóvão Colombo, e que culminou na conquista de novas terras, a América.Périplo Africano

Conquista e exploração da costa africana

1415 – Conquista de Ceuta: entreposto comercial árabe e facilitador do acesso ao ouro e marfim

1434 – Cabo bojador: acesso ao Rio do Ouro

1439 – Ilhas Atlânticas: primeiro estabelecimento de feitorias

1441 – Sistematizações do tráfico negreiro

1460/1474 – Conquista da Costa da Mina: grande volume do ouro

1488 – Cabo das Tormentas: Bartolomeu Dias contorna o cabo que passa a se chamar “Cabo da Boa Esperança”

1498 – Chegada às Índias: Vasco da Gama

1500: “Descoberta” do Brasil: Pedro Álvares Cabral

Com a conquista do novo mundo e o crescimento do domínio marítimo da Península Ibérica, Portugal e Espanha assinaram diversos tratados visando proteger suas rotas marítimas. O principal deles foi o Tratado de Tordesilhas (1494), que dividia o novo mundo entre portugueses e espanhóis.Quais foram as consequências da Expansão?

Dentre as principais consequências da Expansão Marítima estão: a conquista da América e a descoberta de minas de ouro, inicialmente na América Espanhola; o crescimento do comércio que assumiu proporções continentais, deslocando o eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; a dizimação de povos indígenas; e o colonialismo estabelecido na América